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ÚLTIMO SHOW DE GAL COSTA: saiba como foi a despedida da cantora dos palcos

Nem Gal Costa nem o público sabiam que a apresentação da cantora no Coala Festival, em 17 de setembro deste ano, seria a última

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Everton Macário

Publicado em 09/11/2022 às 21:36 | Atualizado em 09/11/2022 às 22:44
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Por Por João Ker, da Estadão Conteúdo

Nem Gal Costa nem o público sabiam que a apresentação da cantora no Coala Festival, em 17 de setembro deste ano, seria a última de sua carreira.

O show, realizado com dois anos de atraso por causa da pandemia do coronavírus, lotou o Memorial da América Latina e trouxe alguns dos maiores sucessos de Gal Costa, que morreu nesta quarta (9).

Gal Costa subiu ao palco logo após as 20h30 e foi ovacionada pelo público desde que cantou as primeiras notas de Fé Cega, Faca Amolada, composição de Milton Nascimento.

A cantora, por sinal, não escondia nos últimos anos o desejo de gravar um disco apenas com composições do mineiro.

Sem movimentos muito bruscos e algumas poucas desafinadas aqui e ali, Gal Costa segurou sozinha a primeira parte do show, enquanto passeava por clássicos como Hotel das Estrelas (Jards Macalé), Paula e Bebeto (Milton) e Nada Mais (Djavan).

Divino Maravilhoso, que ganhou nova vida e significado desde o governo de Michel Temer, foi entoada com fúria no olhar de Gal Costa, enquanto a plateia pulava fazendo L com a mão.

"Enfim, chegou o dia, hein? Depois de tanta espera. Vamos cantar para espantar o frio", disse Gal Costa rindo ao fim da música, em sua primeira interação com o público.

Mais tarde, em Quando Você Olha Pra Ela (Mallu Magalhães), Gal Costa ensaiava uns passos tímidos de dança, dela consigo mesma, enquanto sorria para a plateia; depois flertou em A História de Lily Braun (Chico Buarque), pedindo que os presentes acompanhassem a letra com palmas.

Na segunda parte do show, Gal chamou ao palco Rubel, com quem dividiu os vocais em Como 2 e 2 (Caetano). "Esse é o gato da Gal", disse ela, ao que ele respondeu com um sorriso.

Na sequência, Tim Bernardes juntou-se a eles e os três cantaram Tigresa. "São meus meninos, meus gatinhos fofinhos", comentou a cantora.

O momento mais apoteótico da noite veio quando o trio emendou Baby em Vapor Barato.

Em harmonia, Tim e Gal Costa brincavam com os versos e notas da composição de Jards Macalé e Waly Salomão, atingindo o ápice nos improvisos vocais que ela fazia entre uma e outra "honey baby".

"Meu gatos. Ah, se eu fosse mais jovem", brincou a cantora quando se despediu dos dois.

"Daqui a 15 dias, a gente escolhe o nosso presidente. Vamos votar direitinho, com sabedoria e com inteligência. Vamos votar sem ódio e vamos votar com amor", disse Gal às vésperas das eleições, enquanto fazia o L com as mãos, em apoio à candidatura de Lula à Presidência.

Gal Costa encerrou o show no Coala com Brasil, de Cazuza, mantendo até o final o posicionamento político que a fez ser perseguida na ditadura e tornou-se uma marca da sua presença nos palcos.

O último verso que Gal Costa cantou na carreira? "Confia em mim, Brasil "

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