LITERATURA

Cida Pedrosa lança "Araras Vermelhas", seu primeiro livro escrito após o Jabuti

"Araras Vermelhas" é um longo poema sobre a Guerrilha do Araguaia, publicado pela Companhia das Letras

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JC

Publicado em 16/11/2022 às 19:57 | Atualizado em 16/11/2022 às 19:57
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A Companhia das Letras acaba de lançar o novo livro de Cida Pedrosa, Araras Vermelhas. É a primeira obra da pernambucana escrita após ter vencido, no final de 2020, o prêmio Jabuti nas categorias Livro do Ano e Poesia, com "Solo para Vialejo" (Cepe). O lançamento oficial no Recife deverá acontecer em dezembro, em data ainda não divulgada.

Araras Vermelhas foi escrito em janeiro deste ano, num jorro poético ao passar de exatos 21 dias, após a escritora ter experimentado uma angústia pós-prêmio que a visitou durante todo 2021, quando tentou criar uma nova obra.

Saiu um longo poema, de cerca de 140 páginas, que, após burilado por ela e editado pela Companhia das Letras, é lançado agora. "É um longo poema sobre a Guerrilha do Araguaia, e é muito doloroso, porque eu estou falando da morte de muitas pessoas que foram executadas pelas forças de repressão entre os anos 72 e 74", disse-me Cida Pedrosa em entrevista em julho, quando lançava edição física de sua publicação anterior, "Estesia" (Cepe), livro composto por 40 haicais e fotografias.

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LANÇAMENTO Araras Vermelhas foi escrito em janeiro deste ano - DIVULGAÇÃO

Ainda sobre Araras Vermelhas, a poeta pernambucana falou: "É um livro onde eu exacerbo mais ainda o que eu experimentei no 'Solo para Vialejo'. Ou seja, vai do texto jornalístico a referências culturais, à literatura metrificada, poesia metrificada, poesia visual, prosa".

A editora apresenta o livro como um "longo e comovente poema". "A autora narra um episódio ainda pouco comentado na história recente do Brasil: a Guerrilha do Araguaia. Ao entrelaçar memórias pessoais, acontecimentos históricos e referências culturais das décadas de 1960 e 1970, Cida Pedrosa constrói um retrato brutal do autoritarismo e da violência do Estado - mas revela também uma inabalável esperança em construir outro futuro", diz o texto.

O poeta Edimilson de Almeida Pereira, que assina a orelha de Araras Vermelhas, diz que "Cida Pedrosa responde às ruínas da história com um poema-mundo que, movido pela utopia de falar a todos sobre tudo, exorciza o horror e se ancora firmemente, como testemunha a poeta, numa 'esperança andarilha'".

Quanto à sua poesia propriamente, a escritora, na entrevista de julho, aguçou a curiosidade ao se considerar "muito inventiva" na criação. "Quando eu domino uma técnica, quero exercitar outra. Uma vez me disseram que eu não tenho estilo, mas eu não quero ter um estilo, eu quero escrever, experimentar, me deixar atravessar pelas possibilidades. Eu estou sempre saindo da zona de conforto."

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