KANYE WEST HITLER

KANYE WEST E HITLER: Entenda a radicalização do rapper, que disse amar Hitler

Kanye West intensificou retórica antissemita ao elogiar publicamente Adolf Hitler, líder do nazismo na Alemanha; entenda a escalada de radicalização do rapper

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Emannuel Bento

Publicado em 02/12/2022 às 9:31 | Atualizado em 02/12/2022 às 9:52
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O rapper norte-americano Kanye West voltou a causar polêmica com comentários antissemitas, nesta quinta-feira (1º), ao declarar seu "amor" pelos nazistas e sua admiração por Adolf Hitler durante transmissão ao vivo com o teórico da conspiração Alex Jones.

"Eu amo Hitler", disse o artista, que atende pelo nome de Ye, em uma longa entrevista - confusa em determinados momentos. Também participou o supremacista branco Nick Fuentes e transmitida pelo portal infowars.com.

 

"Eu amo os judeus, mas também amo os nazistas. Não gosto de ver a palavra 'maldade' ao lado de nazistas", disse o cantor, que planeja se candidatar à Presidência dos Estados Undos em 2024. Ele apareceu com o rosto coberto por uma máscara preta, uma jaqueta de couro e luvas pretas.

"Eu enxergo coisas boas sobre Hitler também [..] Amo todo mundo", continuou. "Não posso dizer que essa pessoa [Hitler] que inventou as estradas e os microfones que uso como músico não fez nada de bom".

"Cada ser humano tem algo valioso que trouxe para a mesa, especialmente Hitler", acrescentou.

KANYE WEST E HITLER: Entenda a escalada radical do rapper no antissemitismo

O rapper Kanye West tem dado um rumo perigoso para sua carreira nos últimos meses. Quase todos os acontecimentos ocorreram em outubro, quando ele começou a dar declarações e fazer comentários de cunho antissemita.

Ye teve contratos cancelados pela Adidas, Balenciaga, Vogue, CAA e banco JP Morgan. Perdeu streams e vendas, foi restrito no Instagram, Twitter, teve shows cancelados e um documentário arquivado.

A atual fase caótica começou em 3 de outubro, quando modelos da sua grife, Yeezy West, usaram camisetas com estampas "White Lives Matter". A frase é um contraponto ao movimento antirracista "Black Lives Matter", sendo associado a um grupo neonazista com o mesmo nome.

A frase rendeu críticas na indústria da moda e da música, a exemplo do posicionamento crítico do rapper Diddy.

KANYE WEST E HITLER: Os comentários antissemitas de Kanye West nas redes sociais

Ao se defender no Instagram, Kanye West publicou uma sequência de prints de uma conversa Diddy. Nas mensagens, ele afirma que o colega de profissão era "controlado por judeus".

A publicação foi removida do Instagram e sua conta está bloqueada. West, então, partiu para o Twitter para questionar a atitude de Mark Zuckerberg, dono do grupo Meta, que controla o Instagram.

Em seguida, West fez publicações no Twitter dando a entender que atacaria os judeus. Mais especificamente, ele escreveu "death con 3 com o povo judeu”.

Ao escrever "death con 3" em seu tweet, ele estava aparentemente se referindo ao termo militar "defcon". Existem cinco níveis que indicam a intensidade de uma ameaça à segurança nacional, sendo 5 o mais baixo e 1 o mais alto

O tweet, portanto, sugere que ele estava se preparando para algum tipo de ameaça ao povo judeu ou que ele próprio iria infligir algum tipo de violência a eles. Por conta disso, ele também foi bloqueado do Twitter.

Comentários antissemitas de Kanye West durante entrevistas

Em 12 de outubro, o talk show "The Shop" diz que não exibirá uma entrevista com West porque ele usou a plataforma para "reiterar mais discurso de ódio e estereótipos extremamente perigosos".

Em 17 de outubro, West afirmou no "Drink Champs" falsamente que George Floyd morreu por causa de vício em drogas, e não porque o ex-policial Derek Chauvin se ajoelhou em seu pescoço por nove minutos. A família de Floyd posteriormente diz que planeja processar West pelos comentários.

Em uma entrevista com Chris Cuomo, West ainda falou sobre a "máfia da mídia underground judaica" e diz que seus comentários "death con 3" se referem a quando "músicos negros assinaram com gravadoras judaicas e essas gravadoras judias assumem a propriedade", uma forma da "escravidão moderna".

A Liga Antidifamação chegou a afirmar que seus comentários usam "mitos antissemitas antigos sobre a ganância e o poder judaicos e o controle da indústria do entretenimento", alguns dos mesmo argumentos utilizados pelo antissemitismo na Europa no século 20.

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