Assim como Olinda, Carnaval do Recife deve ter dia dedicado ao brega no Marco Zero em 2023
Principal polo da folia na capital pernambucana no Carnaval do Recife deve reunir nomes do brega, que há anos pedem mais espaço na programação
O Marco Zero do Recife, principal polo da capital no Carnaval, deverá ter um dia dedicado ao brega na folia deste ano. A confirmação irá ocorrer com a divulgação da programação na próxima semana, mas uma fonte com acesso aos bastidores dá a noite como certa.
O dia voltado ao brega é um resultado da articulação de artistas e políticos. Por muito tempo nomes do brega pleitearam mais espaço nas grades da Prefeitura durante o Carnaval.
Um esboço de mudança ocorreu em 2020, quando a cantora Priscila Senna foi a atração principal da abertura da festa, levando 400 mil pessoas para a Praça - número tido como recorde pela organização.
A boa recepção parece ter ampliado a vontade do poder público em destacar o ritmo no palco mais simbólico do carnaval recifense. Agora, uma noite deverá ter mais nomes de diferente gerações desse movimento cultural.
O atual modelo do Carnaval do Recife é multicultural. Gaby Amarantos, que representa o brega do Pará, já esteve no Marco Zero de 2014 a 2020, com exceção de 2016.
OLINDA DIVULGA DIA DO BREGA
Nesta quinta-feira (19), a Prefeitura de Olinda divulgou, em coletiva, que terá um dia dedicado ao brega. Será na sexta-feira, 17 de fevereiro, no palco da Praça do Carmo, com shows de Priscila Senna, Raphaela Santos a Favorita, Banda Sentimentos, Dany Miller e Conde Só Brega. As apresentações têm início às 18h.
Olinda ainda divulgou uma programação da quinta-feira, 16 de fevereiro, com Alceu Valenca, Elba Ramalho, família Salustiano e a Orquestra Henrique Dias com Lú Maciel. O restante da programação do carnaval, de fato, ainda será divulgada.
BREGA NAS PROGRAMAÇÕES DO ESTADO
A primeira discussão formal entre essa cena e políticos ocorreu em 2017, com a aprovação da "Lei do Brega" na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O projeto foi proposto pelo deputado Edilson Silva (então no PSOL) e aprovado por unanimidade em duas rodadas de votação.
Com a lei, o gênero passou a ter espaço garantido nas programações de eventos financiados pelo executivo estadual, ao lado de artistas de outras expressões como o frevo, maracatu, coco, ciranda e cavalo marinho. Até então, esse espaço era negado.
O ritmo também se tornou um Patrimônio Cultural Imaterial do Recife após votação na Câmara do Recife, em 2020. A proposta foi do vereador Marco Aurélio Filho (PTRB).