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Como fica a Secretaria de Cultura de Pernambuco após saída de Silvério Pessoa?

Após turbilhão causado pela saída repentina de Silvério Pessoa, Governo de Pernambuco ainda não oficializou titular definitivo para a pasta; saiba os possíveis nomes

Emannuel Bento
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Emannuel Bento
Publicado em 31/07/2023 às 16:04 | Atualizado em 31/07/2023 às 16:41
FELIPE SOUTO MAIOR/SECULT-PE FUNDARPE
Silvério Pessoa e Raquel Lyra na cerimônia de posse de secretários, em janeiro de 2022 - FOTO: FELIPE SOUTO MAIOR/SECULT-PE FUNDARPE

Após o turbilhão causado pela saída repentina de Silvério Pessoa, a Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE) segue sem um titular definitivo, mesmo em meio às mudanças realizadas no secretariado de Raquel Lyra (PSDB) na última semana.

Renata Borba, presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), tem acumulado o cargo desde a baixa de Pessoa, que deixou a pasta na véspera do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), causando mal estar no governo e cercando a classe artística de questionamentos.

Em meio a uma intensa disputa, alguns nomes tem sido ventilados. De início, acreditava-se que Leonardo Salazar, atual secretário executivo de cultura da pasta, seria uma opção natural para a substituição, por ser o "número 2" e pela atuação que vem tendo.

Ligado ao partido Cidadania, o produtor cultural recifense trabalhou como secretário-executivo de desenvolvimento econômico, turismo e economia criativa na Prefeitura de Caruaru.

Diretor da Fenearte

TONY HOLANDA/DIVULGAÇÃO

Os diretores da Fenearte, Camila Bandeira e Lúcio Omena, no lançamento da nova edição em julho - TONY HOLANDA/DIVULGAÇÃO

Contudo, fontes afirmam que é pouco provável que Salazar assuma, ou até mesmo Fúlvio Wagner, gerente geral de acompanhamento de projetos da Casa Civil que tem tido uma forte atuação na Secult. Novos nomes têm surgido no horizonte, com os holofotes sempre voltados para a "capital do Agreste".

Nos bastidores, crescem os comentários de que Raquel Lyra teria sondado Lúcio Omena, que foi presidente Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru até 2018 - mesmo após a saída, participou pontualmente em alguns eventos.

Nome de confiança da governadora, Lúcio foi diretor de conteúdo da Feira Nacional de Negócios do Artesanato - Fenearte, evento que superou as expectativas do governo (R$ 52 milhões de movimentação financeira, 30% acima do esperado) e que tem sido citado pela governadora como exemplo de sucesso no segmento cultural.

Ainda não existiria, no entanto, um aceite de Omena. Por isso, um outro caminho encontrado pelo governo seria deixar Renata Borba, outro nome de confiança de Lyra, como secretária de cultura. Com isso, seria necessário buscar algum outro nome para a Fundarpe - cargo bastante cobiçado por cuidar do orçamento da cultura.

Desafios

Alguns nomes do setor cultural ouvidos pela reportagem, no entanto, questionam a assertividade da possível indicação de Borba, que tem um histórico atuação mais ligado às temáticas do Iphan -  ela foi superintendente do instituto em Pernambuco. A pasta da cultura, por sua vez, agrega uma grande multiplicidade de linguagens artísticas.

Quem assumir a Secult-PE estará cercado de desafios. Desenhada na sua atual formatação em 2011, ela tem por finalidade e competência promover e executar a política cultural do Estado, demandando diálogo com representantes de diferentes linguagens e territórios, além dos interesses políticos de prefeitos e deputados.

Além desse diálogo constante, a pasta ainda precisa garantir a transparência dos editais dos ciclos festivos e solucionar problemas do Funcultura, principal fundo de fomento da cultura do Estado que tem sido lançado com atrasos acumulados.

LPG coloca R$ 100 milhões em caixa

RICARDO STUCKERT/PR

Ato de lançamento da Lei Paulo Gustavo, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, em Salvador, em 11 de maio - RICARDO STUCKERT/PR

Toda essa disputa ainda ocorre quando o Governo de Pernambuco acaba de receber do Ministério da Cultura, em julho, R$ 100,1 milhões da Lei Paulo Gustavo (LPG).

Com isso, o orçamento da Cultura executado pela administração do Estado passa de R$ 115,4 milhões para R$ 215,5 milhões. A classe artística está atenta para uma execução correta e justa desse montante.

Do total do valor entregue, R$ 73 milhões serão destinados para a produção audiovisual (artigo 5º e 6º da LPG), por se tratar de recursos do Fundo Setorial do Audiovisual, que, por lei, precisam ser obrigatoriamente destinados para o segmento. Os outros R$ 26 milhões irão para as demais linguagens (artigo 8º).

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