PATRIMÔNIO

Usina Santa Terezinha, na Mata Sul, será a primeira usina tombada de Pernambuco

Fundarpe deu início ao processo de tombamento à propriedade, que atualmente comporta a Usina de Arte, em Água Preta

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Emannuel Bento

Publicado em 02/10/2023 às 11:43 | Atualizado em 02/10/2023 às 11:54
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A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) deu início, na última sexta-feira (29), ao processo de tombamento do Conjunto Arquitetônico da Usina Santa Terezinha, localizado no município de Água Preta. Com a abertura do processo e até a conclusão do processo, estão asseguradas à Usina Santa Terezinha os mesmos direitos de um bem tombado.

O pedido de tombamento foi assinado pela Associação Socioambiental e Cultural de Jacuípe, responsável pela gestão da Usina da Arte, que atualmente funciona neste local.

As áreas que compõem o processo de tombamento são a Área Operacional, que conta a história da transição dos engenhos para as usinas de açúcar e da economia canavieira em Pernambuco; e a antiga Vila Operária, que ainda preserva sua configuração urbanística, com casario remanescente da década de 1920.

"O próximo passo do processo de tombamento será a realização de um levantamento detalhado, realizado pela Gerência de Preservação do Patrimônio Cultural da Fundarpe, que irá buscar informações para fundamentar o parecer técnico a ser apresentado ao Conselho Estadual de Preservação Cultural", diz Renata Borba, presidente da Fundarpe.

Reprodução/Usina Santa Terezinha
Usina Santa Terezinha, em Água Preta - Reprodução/Usina Santa Terezinha
Reprodução/Usina Santa Terezinha
Usina Santa Terezinha, em Água Preta - Reprodução/Usina Santa Terezinha
Reprodução/Usina Santa Terezinha
Usina Santa Terezinha, em Água Preta - Reprodução/Usina Santa Terezinha
Reprodução/Usina Santa Terezinha
Usina Santa Terezinha, em Água Preta - Reprodução/Usina Santa Terezinha
Este é o primeiro caso de tombamento de uma usina em Pernambuco. Sua relevância histórica se configura por ter mantido seu parque industrial de pé após a desativação, bem como grande parte do seu casario original da década de 1920.

A salvaguarda deste conjunto arquitetônico segue a orientação da legislação estadual, por meio da Lei nº 7.970/1979 e Decreto nº 6.239/1980, que instituem e regulamentam o Tombamento de Bens pelo Estado de Pernambuco.

Usina de Arte

A iniciativa da Usina de Arte surgiu há seis anos com o objetivo de levar para comunidade da antiga indústria açucareira uma nova forma de ocupação socioeconômica.

"O projeto Usina de Arte inicia promovendo trocas de ideias com professores da rede escolar e habitantes locais tentando identificar trilhas possíveis de serem seguidas para oferecer a essas comunidades um novo horizonte de vida além do que eles entendiam como único caminho possíveis", descreve o pedido de tombamento assinado pela Associação Socioambiental e Cultural de Jacuípe.

ANDRÉA RÊGO BARROS/DIVULGAÇÃO
Obra "Átrio", de Marcelo Silveira, do acervo da Usina de Arte, no interior de Pernambuco - ANDRÉA RÊGO BARROS/DIVULGAÇÃO
CAMILA LEÃO/DIVULGAÇÃO
Obra "Tinha que Acontecer (Cabeça de Bandeirante)", de Flávio Cerqueira, do acervo da Usina de Arte, no interior de Pernambuco - CAMILA LEÃO/DIVULGAÇÃO
CAMILA LEÃO/DIVULGAÇÃO
Obra "Fotini", de Saint Clair Cemi, do acervo da Usina de Arte, no interior de Pernambuco - CAMILA LEÃO/DIVULGAÇÃO
ANDRÉA RÊGO BARROS/DIVULGAÇÃO
Obra Scopulus, de José Rufino, do acervo da Usina de Arte, no interior de Pernambuco - ANDRÉA RÊGO BARROS/DIVULGAÇÃO
CHARLES JOHNSON/DIVULGAÇÃO
Obra "Paisagem", da artista Regina Silveira, do acervo da Usina de Arte - CHARLES JOHNSON/DIVULGAÇÃO

"Implantamos um parque artístico botânico que se tornou referência em toda região Nordeste e do País. Como consequência, vimos atraindo um crescente fluxo turístico fazendo girar a economia local por meio dos empreendimentos desenvolvidos pela comunidade, capturando o potencial econômico gerado por este movimento", diz Bruna Queiroz, presidente da Usina de Arte.

Atualmente as ações desenvolvidas pelo projeto, em conjunto com a comunidade, envolvem escola de música, biblioteca, laboratório de fabricação digital, empreendedorismo e educação ambiental, entre outras atividades.

Entre os que têm trabalhos no acervo estão egina Silveira, Alfredo Jaar, Geórgia Kyriakakis, Saint Clair Cemin, José Spaniol, Claudia Jaguaribe, Matheus Rocha Pitta, Juliana Notari, José Rufino, Flávio Cerqueira, Bené Fonteles, Hugo França, Paulo Bruscky, Denise Milan, Marcelo Silveira, Liliane Dardot, Marcio Almeida, Frida Baranek, Artur Lescher, Carlos Vergara, Júlio Villani, Iole de Freitas e Vanderley Lopes.

Atualmente, foi divulgado que a artista sérvia Marina Abramovic está desenvolvendo um projeto para o equipamento cultural.

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