Despedida de MC Elloco é marcada por homenagens e luto no brega
Com caixão coberto por camisetas do coletivo A Tropa e bandeira do Santa Cruz, multidão cantou músicas do ícone do brega-funk
Familiares, amigos e fãs prestaram as suas últimas homenagens ao MC Elloco, nome artístico de Cleiton José Silva, no velório e no enterro realizados no Recife nesta sexta-feira (22). O cantor faleceu na quinta-feira (21), após um infarto, aos 34 anos.
O velório ocorreu na sede da Tropa, localizada na Favela do Canal, bairro do Arruda, e o enterro ocorreu no Cemitério de Santo Amaro às 11h.
No velório, o caixão estava coberto com uma bandeira do Santa Cruz, clube para o qual ele torcia, e camisas da dupla com Shevchenko, que esteve junto ao corpo do amigo.
No enterro, a multidão cantou hinos religiosos e músicas do MC, que há 15 anos carrega a bandeira do brega-funk. Elloco deixa a esposa, Ytala Ayres, de 28 anos, e o filho, Pietro Ayres, de 8.
Shevchenko se pronuncia
"Obrigado por fazer parte da minha vida. Daqui para frente não sei qual meu destino, mas irmão você vai ter sempre orgulho de mim. Dei o meu melhor por vocês. Fica com Deus meus eterno irmão", publicou Shevchenko, dupla de Elloco há 15 anos, nas redes sociais.
Na quinta, o Elloco deu entrada na Policlínica Amaury Coutinho com quadro de edema agudo pulmonar, provavelmente causado por um infarto.
Pesar
O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural de Pernambuco, lamentou o falecimento em nota.
"Com mais de 15 anos de carreira como MC, Cleiton foi responsável, junto com seu parceiro de trabalho Shevchenko, por levar o ritmo do Brega Funk para todo o Brasil. Por conta de sua contribuição, o gênero musical e o movimento de dança do passinho entraram para história da música pernambucana".
A Prefeitura do Recife também se manifestou: "Hoje perdemos um dos grandes. Cleiton Silva, o MC Elloco, foi um dos responsáveis por tornar o brega funk a potência que é e levar a cultura periférica do Recife para os quatro cantos do Brasil"."
"Perde a música e perdemos nós, mas seu legado permanece em cada MC, cada dançarino/a de passinho e em cada um que valoriza e reconhece nossa cultura."