Coquetel Molotov 2024: Pabllo Vittar dribla falhas técnicas e Zaynara conquista público recifense

Em ano de crise no setor de eventos, festival realizou a sua mais destacada edição desde a pandemia no Campus da UFPE, Zona Oeste do Recife, no sábado

Publicado em 08/12/2024 às 23:27 | Atualizado em 09/12/2024 às 12:29
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O festival No Ar Coquetel Molotov realizou a sua mais destacada edição desde a pandemia no sábado (7), no Campus da UFPE, Zona Oeste do Recife. Os ingressos esgotaram semanas antes do evento e chegaram a ser vendidos pelo triplo do valor em canais não-oficiais.

O "frisson" se deve, em parte, à headliner Pabllo Vittar, mas também pela própria escassez de festivais, que foram cancelados ou esvaziados em um ano de crise no setor de eventos.

O Coquetel Molotov driblou esse cenário por sua maleabilidade em formatos nos últimos anos, criatividade nas curadorias e uma aprovação na Lei Federal de Incentivo à Cultura nesta 21ª edição.

Como ocorre desde 2022, o evento fez um bom uso da estrutura da UFPE, que agrega três palcos, mas dessa vez com um público um tanto mais numeroso. Neste ano, também chamou a atenção a alta presença de mulheres nos palcos, que foram 70% das atrações.

Entre elas estiveram Céu, Jaloo, Zaynara, AJULIACOSTA, Ebony, Nega do Babado, Rayssa Dias, Jéssica Caetano, entre outras.

Pabllo Vittar com falhas técnicas

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Show de Pabllo Vittar durante o 21ª No Ar Coquetel Molotov, no Recife - @hnnhcrvlh

Existia uma grande expectativa pelo show de Pabllo Vittar, que não se apresenta no Recife desde o Carnaval de 2023 - neste intervalo, ela lançou um novo álbum, o "Batidão Tropical Vol. 2". Outro fator era a presença de uma banda, algo que vinha sendo cobrado da drag pelos fãs há tempos nas redes.

Contudo, o show foi marcado por problemas técnicos. Ainda no primeiro bloco, o som parou e as luzes se desligaram, quando Pabllo saiu de cena.

Quando retornou, ela reclamou diversas vezes que não conseguia ouvir o retorno. "Não vai ter agudo hoje, porque não consigo me ouvir", disse, de forma sincera e bem-humorada. "Finjam que está tudo perfeito".

Da metade para o fim, a situação melhorou. A maranhense driblou os contratempos e realizou um ótimo show, talvez o mais arrojado que já fez no Recife - pelos vocais, coreografias, banda e maturidade artística. O repertório priorizou os dois volumes do "Batidão Tropical".

Mais atrações

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Show de Zaynara durante o 21ª No Ar Coquetel Molotov, no Recife - @hnnhcrvlh

No Palco Coquetel Molotov, o maior da festa, a cultura paraense foi enaltecida por Jaloo, com suas experimentações pop do tecnobrega, e Zaynara, vencedora de Artista Revelação do Prêmio Multishow.

Esta segunda conquistou o público recifense com músicas autorais e sucessos paraenses da Calypso, Cia do Calypso e Gaby Amarantos, além de hits do pop global como "Billie Jean", de Michael Jackson, e "Titanium", de David Guetta com SIA.

Céu fez uma performance magnética com vocais hipnotizantes, enquanto AJULIACOSTA e Ebony representaram a nova geração de rappers mulheres, mesclando hip hop com apresentações de dança de funk, R&B e pop.

Tradição e modernidade fizeram coro em apresentações como a de Jéssica Caitano com Samba de Coco Raízes de Arcoverde.

Concha Acústica

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Show de Amaro Freitas durante o 21ª No Ar Coquetel Molotov, no Recife - @hnnhcrvlh

Na Concha Acústica da UFPE, o Palco Natura ofereceu apresentações do indígena Fykyá; do brincante da Zona da Mata Nailson Vieira, além de Gaidaa, com seu R&B dos Países Baixos; Ventura Profana; e de Luísa e os Alquimistas, apresentando os últimos acordes de sua despedida.

O destaque deste palco foi pianista Amaro Freitas, revelação do jazz internacional, recém-aclamado Melhor Instrumentista do Ano pelo Prêmio Multishow e indicado ao Grammy Latino.

Kamikaze

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Show de Tati Quebra Barraco durante o 21ª No Ar Coquetel Molotov, no Recife - @alanrodrigues.foto

Palco de música eletrônica, o Kamikaze teve como ponto alto a carioca Tati Quebra Barraco, que abriu muitas portas para o funk na década de 2000. A autora de "Boladona" chegou a se emocionar no final de sua apresentação ao ver a pista lotada.

Além dela, nomes da música eletrônica brasileira como MU540, Pedro Chediak, BJ3, Zoe Beats, Paulete Lindacelva, Dandarona, RONI e Ramon Sucesso fizeram o público dançar até o amanhecer.

Quem abriu o palco foi o crew Baile Charme, que festeja a cultura negra na cidade, num encontro com Corello DJ.

"Ficamos felizes demais por receber shows incríveis de nossos artistas e por promover o encontro deles com grandes apresentações de nomes nacionais consagrados. Além de muito realizados e emocionados, já estamos empenhados para fazer uma edição 2025 ainda mais bonita. O trabalho começa agora", diz Ana Garcia, diretora do festival.

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