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Cine Drive-in ressurge popular em tempos de pandemia e isolamento

Público aumentou "uns 200%", diz administradora do cinema em Brasília

Agência Brasil
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Publicado em 17/05/2020 às 16:33
Paramount Pictures/Reprodução
Cena de 'Grease: Nos Tempos da Brilhantina', um dos que difundiu a ideia do drive-in no imaginário global - FOTO: Paramount Pictures/Reprodução

Uma opção de lazer até pouco tempo considerada “retrô”, o cinema drive-in voltou à moda durante a pandemia do novo coronavírus, causador da covid-19. Com as salas de cinema tradicionais fechadas por tempo indeterminado, em Brasília, famílias inteiras voltaram-se para um programa seguro e viável: o Cine Drive-in, que, depois de um período de ostracismo, recebe agora recebe filas de carros na entrada.

Perguntada sobre o aumento de público, a administradora do Cine Drive-in de Brasília, Marta Fagundes, não titubeou: “Aumentou uns 200%, com certeza”. Segundo Marta, o movimento aumentou em todos os dias da semana. Na última segunda-feira (11), por exemplo, cerca de 170 carros passaram pelo local ao longo de três sessões. Antes do novo coronavírus fechar estabelecimentos comerciais e pontos de diversão e relegar famílias às suas casas, em uma segunda-feira normal, o Drive-in recebia de 40 a 50 carros.

“As distribuidoras ficaram impressionadas com o número de pessoas que colocamos aqui logo quando o cinema abriu”, disse Marta. O sucesso é tanto que empresários de outros estados pedem ajuda para ela. “Tem gente me ligando de São Paulo, do Paraná, de Goiânia, todo mundo atrás de fazer um drive-in."

A autônoma Nathaly de Oliveira decidiu levar a filha para o Cine Drive-in por falta de opções e ficou surpresa com a qualidade do serviço oferecido. “Fui por falta de outros lugares e pretendo voltar, tanto agora quanto depois da pandemia”. Ela contou que voltava ao Drive-in depois de cerca de 30 anos. “Só tinha ido quando era criança.”

Com a indústria cinematográfica parada, não há novos lançamentos disponíveis. Por isso, o Drive-in de Brasília tem exibido lançamentos deste ano, como filmes infantis e aluns que concorreram ao Oscar. Para Marta, isso não chega a ser um problema. “As pessoas estão vindo porque querem sair de casa, não estão preocupadas com a programação. A nossa sessão de crianças tem uma procura muito grande, [os pais] param o carro de ré, abrem o porta-malas e as crianças assistem de lá.”

Segurança contra o vírus
Quando o novo coronavírus se espalhou pelo Brasil, e os governos locais decretaram o fechamento do comércio, Marta também fechou as portas. Quarenta dias depois, no entanto, voltou às atividades, graças a um decreto do governo distrital, autorizando o funcionamento do cinema. A autorização só veio por iniciativa da administradora do local, que encaminhou um ofício à Casa Civil do overno do Distrito Federal, mostrando que os drive-ins nos Estados Unidos estavam abertos e dando certo.

No entanto, algumas adaptações tiveram que ser feitas. A capacidade normal do estacionamento, de 400 carros, foi reduzida pela metade. Os carros devem estacionar sempre guardando uma vaga de distância entre eles. Um funcionário circula constantemente pelo local garantir o cumprimento da medida e recomendar que as pessoas fiquem dentro dos carros.

A venda do ingresso é feita no estilo drive-thru, com o funcionário em uma cabine, usando máscara e álcool em gel.

Nathaly ficou satisfeita com a segurança do local, tanto em relação à possibilidade de contaminação quanto de outros riscos. “Eu não ia antes por medo, tinha receio de não ter muita segurança, o local é um pouco escuro. Mas lá dentro eu me senti bem segura”. Além de querer voltar, ela já sabe de amigos que também pretendem frequentar o Drive-in.

Para a administradora do local, o formato de cinema em estacionamentos deve se manter movimentado mesmo com o fim do isolamento social. “Vai ser um estilo de cinema que vai pegar, pela segurança. As salas de cinema podem até reabrir, mas estarão com muitas mudanças até tudo se acalmar. Acho que muita coisa vai mudar, por causa do distanciamento. As pessoas estarão muito receosas ainda”, afirmou Marta.

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