Um ano atrás, a sergipana Héloa lançava Opará, álbum com dez músicas no qual reafirma a força dos orixás das religiões de matriz africana e também das etnias dos povos originários - Héloa se apresenta como uma mulher afroindígena -, tendo a água como elemento aglutinador de tais representações.
Para celebrar o primeiro aniversário deste que é seu segundo disco, a artista divulgou no último dia 20 o EP Opará na Pista, projeto composto por quatro remixes de músicas presentes no trabalho original e feitos por DJs e produtores de diferentes regiões brasileiras. Entre eles estão os pernambucanos DJ Dolores e Yuri Queiroga, responsáveis por trabalhar em Maré Mansa 2.0.
Leia também:
>>> Vinícius Barros abraça pluralidades da ancestralidade negra em novo single
>>> Dia da Consciência Negra: a importância do contato com a negritude ainda na infância
Na versão do disco, Héloa canta acompanhada do grupo Sabuká Kariri-Xocó e do coral Mulheres Livres, formado por sul-africanas e malaias durante período de detenção no presídio do Carandiru.
"Nesta canção é exaltado o canto na língua zulu com sons e palavras que remetem à cultura ancestral da África do Sul e da memória dos seus antepassados e a relação com a travessia e a força das águas", diz ela.
A opção remixada ganhou batidas pop e videoclipe (assista abaixo) gravado na Praia do Refúgio e no rio Vaza-Barris, em Sergipe, "reverenciando as yabás Nanã, Oxum e Iemanjá por meio de imagens na beira do rio, do mar e do mangue".
A concepção visual de Opará na Pista tem participação do estilista também sergipano Altair Santos em figurinos com referências à cultura popular quilombola e indígena. São peças cheias de fitilhos, cores e bordados feitos pela comunidade de artesãs da renda irlandesa, que é patrimônio Sergipano.
Comentários