Após comentários LGBTQfóbicos, Sikêra Jr. perde patrocínios e é alvo de ação do MPF
O MPF quer que Sikêra Jr. e a RedeTV! sejam condenados ao pagamento de R$ 10 milhões por danos morais coletivos contra a comunidade LGBTQIA+
O apresentador da RedeTV! Sikêra Jr. tem perdido patrocinadores e foi alvo de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF) após fazer comentários considerados LGBTQfóbicos em seu programa "Alerta Nacional". As falas foram ao ar na última sexta-feira (25) e se referiam à peça publicitária da rede de fast food Burguer King sobre o Dia do Orgulho LGBTQIA+. Na ocasião, Sikêra relacionou a prática de crime, pedofilia e uso de drogas à homossexualidade e chamou os gays de 'raça desgraçada'.
O MPF quer que Sikêra Jr e a RedeTV! sejam condenados ao pagamento de R$ 10 milhões por danos morais coletivos. Valor seria destinado à estruturação de centros de cidadania LGBTQIA+. Além da indenização, a ação civil pública também pede a exclusão da íntegra do programa de seus sites e redes sociais, tanto da emissora como do apresentador. Eles também podem ser obrigados a publicar retratação pelos mesmos meios. A postagem deve permanecer nos sites pelo prazo mínimo de um ano.
O MPF assina a ação em conjunto com a associação que atua na defesa dos direitos humanos da população LGBTQIA+ Nuances – Grupo Pela Livre Expressão Sexual.
Nas redes sociais, ganhou força uma campanha do movimento Sleeping Giants Brasil - grupo de ativistas digitais que combate discursos de ódio e desinformação de forma anônima na internet - solicitando que marcas abandonem as cotas de patrocínio do programa "Alerta Nacional".
A hashtag #DesmobilizaSikera ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter. Ao menos três empresas já anunciaram oficialmente que não irão mais fazer aporte na emissora nos horários do programa apresentado por Sikêra. Aconstrutora MRV, a empresa de telefonia móvel TIM e a empresa de plano de saúde HapVida.
O Magazine Luiza, que nunca anunciou no programa da RedeTV!, informou que bloqueou, no YouTube, a veiculação automática de anúncios que a rede social colocava nos vídeos do programa, publicados no canal da TV A Crítica.