trabalhistas

iFood se pronuncia após Lula criar regulamentação dos motoristas de aplicativo

Lula enviou PL dos motoristas de aplicativo para Congresso Nacional, mas entregadores do iFood ficaram de fora

Imagem do autor
Cadastrado por

Rodrigo Fernandes

Publicado em 07/03/2024 às 9:43
Notícia

O iFood se pronunciou após o presidente Lula enviar para o Congresso Nacional o projeto de lei que regulamenta o trabalho de motoristas de aplicativo, como Uber e 99, e cria regras trabalhistas para a categoria.

Apesar de entregadores de moto terem ficado de fora da proposta, a empresa brasileira de entrega de refeições emitiu uma nota afirmando que o PL traz "avanços significativos" para os trabalhadores.

LEIA TAMBÉM: Uber se pronuncia após Lula criar direitos para motoristas de aplicativo

Embora tenha elogiado o projeto, o iFood fez uma dura crítica ao ponto que trata do regime previdenciário proposto para os trabalhadores. A empresa diz que o regime geral de Previdência Social ignora a realidade do setor de entrega.

"90% dos entregadores que trabalham com o iFood possuem, em média, menos de 90 horas trabalhadas por mês e utilizam a plataforma para complementar renda", diz a nota.

"Se tributados, esses trabalhadores não atingirão o piso de contribuição necessário para inclusão na Previdência Social. Apenas 7% dos entregadores terão direito a seguros e Previdência, evidenciando o fracasso da proposta. Ou seja, 100% dos entregadores contribuiriam, mas uma parcela pequena teria os benefícios da Previdência", completa.

Regulamentação do iFood

A empresa também diz que durante as negociações do grupo de trabalho com o Ministério do Trabalho, foi estipulado que os entregadores de moto pagariam pelo menos 2,5 vezes mais impostos que os motoristas, o que desagradou a categoria.

"Na prática, os entregadores, que já ganham menos do que os motoristas, veriam os seus ganhos diminuírem ainda mais, sem qualquer benefício", denuncia a empresa.

  • Quer ficar informado sobre política, eleições e tudo que envolve o jogo do poder? Clique aqui para se inscrever no nosso canal do WhatsApp.

Ganhos para os entregadores

O piso de ganhos para os entregadores também depende de um acordo não realizado.

Para os motoristas de aplicativo, ou seja, Uber e 99, a regra ficou em R$ 32,09 por hora de trabalho, com remuneração de pelo menos um salário mínimo, que é de R$ 1.412.

"A proposta de R$17 por hora trabalhada feita pelo MTE, que foi aceita pelo iFood, seria suficiente para pagar o valor do salário mínimo/hora e indenizar os custos da atividade. Também contemplaria um adicional por periculosidade e por tempo à disposição aos entregadores. No entanto, o valor não foi aceito pelos entregadores", afirmou.

O iFood diz que segue aberto a negociações e que confia em um diálogo com o Governo Federal, Congresso e entregadores para chegar a um acordo.

"Da mesma forma como foi criada uma nova categoria de trabalhadores, é preciso pensar em um novo modelo de Previdência que de fato traga proteção social à categoria na regulação para entregadores. A insistência em um modelo que não funciona e a imposição de um piso de remuneração sem racionalidade econômica coloca em risco centenas de milhares de postos de trabalho", finaliza a nota da empresa.

Tags

Autor