Pernambuco conta com 21 novos pontos autorizados pela Marinha do Brasil para implementação de recifes artificiais destinados à prática de mergulho contemplativo. São oito em Fernando de Noronha, oito em Porto de Galinhas e cinco em Paulista. Também estão liberados 18 pontos de pesca esportiva: oito em Noronha, cinco em Porto e cinco em Paulista. A informação é do presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Gilson Machado Neto, que também anunciou a retomada dos cruzeiros no arquipélago.
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Segundo o gestor, os locais submetidos à avaliação da Marinha foram escolhidos a partir de discussões entre a Embratur, Ministério do Turismo e Ministério do Meio Ambiente, dentro do Programa de Revitalização do Ecoturismo Náutico. Em todo o País, mais de 100 pontos foram avaliados e autorizados.
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No ofício de número 10-32 do Estado Maior da Armada enviado ao Secretário de Ecoturismo do Ministério do Meio Ambiente, em 11 de fevereiro deste ano, ao qual o JC teve acesso, a Marinha ressalta que as sugestões apresentadas pela entidade no documento “visam assegurar que as ações decorrentes não interfiram no Ordenamento do Espaço Aquaviário, na Segurança da Navegação e não oferecem riscos à Salvaguarda da Vida Humana, em AJB, ou causem poluição hídrica por embarcações/plataformas”.
“Trata-se de mais um passo do nosso plano para transformar a costa brasileira no melhor lugar do mundo para o mergulho contemplativo e a pesca esportiva, atividades que geram uma importante movimentação econômica e atraem turistas de alto poder aquisitivo. Com esse projeto, vamos aumentar a nossa competitividade internacional”, diz Machado Neto.
No caso de Fernando de Noronha, embora não haja obstáculos para a implementação das atividades segundo os critérios analisados pela Marinha, a entidade faz a ressalva de que “todos (os pontos) se encontram no interior da Área de Preservação Ambiental, criada pelo Decreto n. 92.755/1986”.
O presidente da Embratur conta que, durante a visita realizada ao arquipélago no último fim de semana, já solicitou ao Conselho Distrital que identifique estruturas em Noronha apropriadas para serem naufragadas, propiciando a criação dos recifes. “Dessa forma, não precisamos trazer do continente”, ressalta, destacando que além de barcos e navios devem ser afundadas aeronaves, tanques ou quaisquer outros grandes equipamentos que permitam a formação dos ecossistemas submersos.
Em relação aos recursos necessários para promover os naufrágios artificiais, Gilson Neto afirma que é necessário cerca de R$ 1 milhão de investimento por estrutura, entre estudos preliminares, higienização e afundamento propriamente dito. Por enquanto, admite, ainda não há parcerias fechadas. “Mas é provável que busquemos o Ministério do Turismo, a iniciativa privada e as prefeituras de cada lugar.”
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Com mais de 110 naufrágios em todo o Litoral, incluindo Fernando de Noronha, Pernambuco já é considerado um dos melhores pontos de mergulho do mundo em termos de condições de navegabilidade e visibilidade para a prática, assim como de diversidade marinha. Embora não haja números oficiais sobre a quantidade de turistas que vêm ao Estado em busca do segmento, o trade diz que ainda é reduzido diante do potencial local.
CRUZEIRO EM FERNANDO DE NORONHA
Sobre o retorno dos navios de cruzeiro para Fernando de Noronha, Machado Neto diz que o governo tem todo o interesse na retomada da atividade e que aguarda apenas a solicitação dos armadores. “Desde que o Ibama se tornou o responsável pelas autorizações, temos a expectativa de que logo os cruzeiristas voltarão ao arquipélago. É um turista que visita um dia ou dois, mas que depois volta com mais tempo com a família”, acredita.
Questionado sobre o impacto ambiental que pode ser gerado em um ecossistema tão sensível e ambientalmente regulado quanto o de Fernando de Noronha, o presidente da Embratur diz que “só serão liberados navios pequenos de até 900 passageiros em um primeiro momento”. Também será necessário atender a critérios de autossustentabilidade em geração de energia e manejo de resíduos sólidos e líquidos, justifica.
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CENTRO DE VISITAÇÃO
Gilson Machado Neto esteve em Fernando de Noronha acompanhado do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do senador Flávio Bolsonaro, para reinaugurar o Centro de Visitação, que contou com recursos de R$ 1 milhão do governo federal, e para vistoriar a obra de revitalização do Forte dos Remédios, estimada em R$ 11 milhões.
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