O governo Paulo Câmara começa a estudar com os setores produtivos do Estado, como será o processo de retomada econômica após a crise provocada pelo novo coronavírus. Isso não quer dizer que o isolamento social vai acabar agora, muito pelo contrário. É nesse momento que a doença está avançando de forma rápida. A expectativa do secretário da Saúde, André Longo, é que o pico aconteça entre o final de abril e o início de maio. Até ontem, Pernambuco contabilizava 223 casos da covid-19 e 30 mortes. O que o governo quer é se antecipar e planejar – junto com os empresários – uma volta segura, baseada em recomendações que garantam a segurança das pessoas.
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O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, explica que desde que foi criado o Comitê Socioeconômico de Enfrentamento há 20 dias, o governo vem dialogando com as entidades setoriais para discutir os impactos e combinar como será a volta quando o isolamento social for flexibilizado. “A gente não pode simplesmente dizer: ‘amanhã pode tudo como era antes’. Estamos discutindo propostas com cada setor e montando um protocolo que traz os condicionantes de como será essa volta. Agora, o ‘quando’ vai depender muito do nível de monitoramento da autoridade sanitária, do nível de contaminação. São muitos aspectos para a gente dizer uma data, mas já estamos nos preparando para essa retomada”, observa.
Ele exemplifica o caso da construção civil, que poderá ter as obras retomadas em canteiros mais isolados. Outra indicação é se preparar para comprar teste e avaliar a situação dos funcionários. É isso o que se tem feito no mundo no momento da volta, porque permite isolar quem está contaminado e liberar para o trabalho quem está bem. E depois de uma semana ou a cada dia refazer. Por enquanto, não se tem data para a volta. “As decisões precisam ser tomadas no dia a dia, de acordo com o que vai acontecendo”, diz o secretário.
COMÉRCIO
Com o setor do comércio, o governo já conversou. A atividade no Estado conta com 36,3 mil lojas e emprega 233,1 mil pessoas. O presidente da Fecomércio, Bernardo Peixoto, diz que fica feliz com a possibilidade e o planejamento da retomada, mas defende que seja feita com cuidado. “Acredito que isso precisa ser feito com muita responsabilidade para não acontecer algo semelhante ao que passou no Ceará, que reabriu as portas e voltou a fechar com três dias porque não deu certo. O mais importante nesse momento é evitar as demissões, porque se as pessoas ficarem sem emprego, ninguém vai consumir depois. Mas os bancos precisam diminuir a burocracia na tomada dos empréstimos”, alerta.|A
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