Nem as recomendações das autoridades de saúde para evitar aglomerações impediram que vários recifenses fossem ao Mercado de São José, na área central do Recife, para comprar o tradicional peixe da Semana Santa, nesta quinta-feira (9), véspera da Sexta da Paixão (10). Apesar das pessoas, muitas delas sem máscaras, buscando pelo pescado, vendedores do local afirmam que as medidas de restrição por causa do novo coronavírus (covid-19) prejudicaram seus negócios.
O vendedor Genilton Gomes, 54 anos, que trabalha há quatro décadas no mercado, esperava um dia com mais movimento, mesmo sabendo da pandemia. "Achamos que a procura seria um pouco maior, mas infelizmente está duas vezes pior que nos outros anos”, lamenta, apontando o fechamento de dois dos quatro portões do local como uma das causas para a redução na busca pelo peixe.
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A reclamação também é feita pela comerciante Cristina Gomes, 51. Segunda ela, a administração do mercado abriu tardiamente as portas do local, o que afastou os compradores. “Hoje (quinta, 9), não veio quase ninguém comprar peixe. Nem parece que é Páscoa”, desabafa ela, afirmando que este foi o pior ano entre os 20 que vende pescado no local.
Para o aposentado João Silva, 64, a queda no movimento se deu porque os preços estavam “um pouco salgado”. À reportagem do Jornal do Commercio, ele contou que se assustou com os valores e, por isso, levou para casa menos do que queria. “Mas eu entendo o lado dos vendedores, porque eles também precisam pagar as contas”, diz Silva, para quem, os trabalhadores não podem abrir desse dinheiro durante esta pandemia.
No Mercado de Peixes do Pina, na Zona Sul do Recife, o cenário encontrado foi outro. Lá, vendedores, como Jefferson Constantino, 42, comemoravam o movimento. “Trouxemos poucos peixes para vender e fomos surpreendidos”, conta ele, ressaltando que até as 12h desta sexta os comerciantes ficarão no espaço oferecendo o produto a quem, de última hora, for em busca da proteína.
O administrador Renato Félix, 31, se animou com os valores pelos quais os peixes eram vendidos e decidiu comprar o tradicional alimento para a mãe e irmãs. “Eu achava que o preço teria uma quedinha, por causa do coronavírus, mas, ainda assim, está excelente”, afirma Félix, que deve voltar ao mercado nesta sexta-feira para levar camarões para casa.
Fiscalização da Vigilância Sanitária
Para garantir a comercialização de alimentos que não apresentem risco à saúde do consumidor,
servidores da Vigilância Sanitária do Recife intensificaram as ações educativas e de fiscalização da venda de peixes e outros frutos do mar. Neste ano, as ações, que aconteceram em mercados públicos e supermercados da cidade, além dos cuidados tradicionais, orientam comerciantes e clientes para adoção de medidas que visem evitar a contaminação pela covid-19. Os consumidores que observarem qualquer irregularidade no comércio de peixes e frutos do mar podem ligar para o telefone 3355-1878 para denunciar e solicitar fiscalização.
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