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Coronavírus: financiadoras, cooperativas e fintechs são alternativa para empresários conseguirem crédito

Com bancos recusando crédito, vários empresários têm buscado outro caminho para trilhar em busca dos empréstimos

Marcelo Aprígio
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Marcelo Aprígio
Publicado em 22/04/2020 às 7:00 | Atualizado em 22/04/2020 às 10:10
Foto ilustrativa: Daniel Isaia/Agência Brasil
Trabalhadores do setor privado continuam recebendo o Programa de Integração Social (PIS) nesta quarta-feira (10) - FOTO: Foto ilustrativa: Daniel Isaia/Agência Brasil

Cerca de 60% dos micro e pequenos empreendedores que buscaram crédito nos grandes bancos do país desde o início da crise causada pelo novo coronavírus (covid-19) tiveram o pedido negado, de acordo com um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que foi realizado entre os dias 3 e 7 de abril com 6.080 donos de pequenos negócios. Diante desse cenário, vários empresários têm buscado outro caminho para trilhar em busca dos empréstimos.

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É o caso Iraci Gomes, 56 anos, dona de uma malharia na Rua das Calçadas, no Centro do Recife. Segundo ela, antes da pandemia, seu negócio tinha um score alto no banco em que mantém conta, no entanto, com a chegada da covid-19, a facilidade que desfrutava, graças à sua nota, desapareceu. “A loja tinha um limite (de crédito) pré-aprovado de quase R$ 40 mil, mas, neste momento difícil, que estamos precisando, o banco nos deu as costas”, diz ela, afirmando que encontrou em financeiras e cooperativas de crédito uma solução para fechar as contas da empresa.

Além de Iraci, vários outros empreendedores têm buscado essas instituições para suprir suas demandas. Por causa disso, financiadoras, como a Omni Financeira, por meio da startup Avante, têm oferecido linhas de crédito com condições especiais durante a pandemia do novo coronavírus. Na instituição, os pequenos negócios têm acesso a empréstimos entre R$ 400 e R$ 35 mil, com juros que variam de 2% a 5,4% ao mês.

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Outra alternativa são as cooperativas, que tem oferecido de linhas emergenciais e carência para início dos pagamentos, em algumas localidades. Além disso, essas avaliando os casos que necessitam adicionar prazos às operações, renegociando e prorrogando parcelas. Segundo o presidente do Conselho de Administração da Sicredi Recife, a cooperativa criou ainda um aplicativo para ajudar pequenos empreendedores a venderem seus produtos na internet. “Oferecer linhas de crédito não é a única estratégia para fazer a economia continuar girando com vendas e compras”, pontua ele, ponderando que, assim como outros marketplaces online, Sicredi Conecta é uma boa alternativa para empresas manterem seus negócios em funcionamento durante esse período de isolamento social.

Fintechs de crédito

As fintechs, empresas que desenvolvem produtos financeiros totalmente digitais, estão prontas para mais que triplicar a oferta de crédito a micro, pequenos e médios empresários, oferecendo até R$ 10 bilhões em financiamentos. A intenção é fazer parte dos esforços do governo federal para injetar recursos na economia em meio à crise provocada pela pandemia da covid-19.

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De acordo com a Associação Brasileira do Crédito Digital (ABCD), as fintechs somam mais de 700 empresas, das quais pelo menos um terço poderia atuar como agente de crédito. Esse segmento intermediou em 2019 um total de R$ 3 bilhões em empréstimos. Segundo o economista William Matos, as fintechs de crédito têm como principal alvo o micro e pequeno negócio. “Elas focam exatamente no universo que o governo quer atender", aponta Matos, pontuando que esse tipo de empresas é uma alternativa para microempresários e para a população desbancarizada que está começando a utilizar serviços digitais por causa de medidas como o coronavoucher.

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