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Boicote de marcas ao Facebook ganha apoio de adidas e Volkswagen

O movimento já tem a adesão de nomes como Unilever, Coca-Cola e Verizon

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Publicado em 30/06/2020 às 18:05 | Atualizado em 30/06/2020 às 18:05
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A maior rede social do mundo recebe há semanas uma enorme pressão por parte da sociedade civil, assim como de alguns dos seus funcionários, usuários e clientes, que exigem que a plataforma seja mais dura na forma de lidar com os conteúdos de ódio - FOTO: PIXABAY

A onda de anunciantes que pretendem boicotar o Facebook por conta de suas políticas de conteúdo continua crescendo. Nesta terça-feira, 30, mais nomes foram confirmados, entre eles estão Adidas, Volkswagen, Honda, VF (fabricante dos tênis da marca Vans), HP e a Pfizer.

O movimento já tem a adesão de nomes como Unilever, Coca-Cola e Verizon - na segunda, 29, nomes como Ford e Microsoft também revelaram que não pretendem gastar com anúncios os serviços da rede social. Segundo uma pesquisa da Federação Mundial de Anunciantes, um terço dos 58 principais anunciantes do mundo pretendem aderir ao boicote - no total, eles investem US$ 100 bilhões em marketing. Até agora, mais de 240 organizações já teriam aderido ao movimento.

Um representante da Volkswagen disse que a companhia vai reavaliar a adequação das plataformas do Facebook como um canal de comunicação da empresa.

O movimento de boicote, relacionado à campanha Stop Hate for Profit, foi iniciada por grupos de direitos civis dos Estados Unidos. Em uma carta aos anunciantes na quinta-feira, 25, a Liga Anti-Difamação disse que o Facebook se recusou repetidamente a remover anúncios políticos que continham "mentiras flagrantes" e demorou a responder a pedidos de retirada de conteúdo conspiratório.

Na visão de analistas, o efeito de eco dos anúncios poderá afetar a empresa num futuro próximo. "Dada a quantidade de ruído após o posicionamento da empresa, haverá impacto significativo no negócio do Facebook", disse Bradley Gastwirth, da corretora Wedbush Securities, em nota a investidores. "O Facebook precisa cuidar desse assunto rapidamente antes que ele entre numa espiral fora de controle."

Para Mark Shmulik, da consultoria Bernstein Securities, o ambiente atual, especialmente após as manifestações antirracismo nos EUA, tem um comportamento diferente: "marcas que não se engajam no boicote podem soar cúmplices a essas posturas", afirmou ele em nota.

Na última sexta-feira, a empresa anunciou uma série de mudanças em suas políticas e práticas quanto à liberdade de expressão, alterando regras para considerar que uma publicação seja considerada discurso de ódio. Outra medida foi a de passar a exibir um selo em publicações de políticos que violem as práticas da plataforma - por seu interesse público, porém, as publicações serão mantidas, afirmou Mark Zuckerberg. Na visão de grupos ativistas, porém, as mudanças foram irrisórias. (Com agências internacionais)

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