O movimento de consumidores nas lojas de materiais de construção foi intenso, nesta terça-feira (2), um dia após o governo de Pernambuco anunciar o plano de retomada da atividade econômica no Estado. Apesar do grande fluxo de pessoas, os estabelecimentos não registraram aglomeração. Com a reabertura das lojas, a expectativa é que as vendas subam e o setor recupere as perdas causadas pela crise.
No Armazém Coral da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, a entrada dos clientes era controlada por funcionários. Além disso, cada vendedor só podia atender um consumidor por vez para evitar a lotação da loja, dificultando assim a transmissão da covid-19.
Para o empresário Domingos Filho, dono do Armazém Coral, o isolamento social fez com que as pessoas percebessem problemas em suas residências e buscassem a loja para resolvê-los. "Estávamos todos em casa e começamos a notar coisas que antes não víamos por causa da correria", diz ele, afirmando que a procura por materiais de construção também acontecia durante o período em que as lojas estiveram com as portas fechadas. "Por isso, nós adotamos o drive-thru para ajudar nossos clientes", conta.
Ainda segundo Domingos Filho, o setor de materiais de construção está otimista, apesar da crise causada pela doença. "Nós temos uma expectativa muita boa para os próximos dias", diz o empresário, afirmando que, com a volta das construção civil na segunda-feira (8), as coisas tendem a melhorar para o segmento. "Com isso, esperamos recuperar o que perdemos quando estávamos fechados", pontua ele.
O autônomo Marcos Dias, 52 anos, foi uma das pessoas que foram ao Armazém Coral nesta terça-feira após a reabertura do estabelecimento. À reportagem do JC, ele contou que foi à loja em busca de materiais para a instalação de um aparelho de ar condicionado em sua casa. "Assim que eu soube que iria abrir de novo, me preparei logo para vir, pois, com todos em casa, e o calor nas alturas, estávamos precisando nos refrescar", diz ele, ressaltando que ainda deve voltar ao armazém para comprar outros itens durante a semana.
Já na Tupan, no mesmo bairro, o estacionamento estava cheio, mas os veículos só entravam no local se estivessem ocupados por apenas uma pessoa. Segundo a gerente da loja, Patrícia Menezes, apesar do grande número de pessoas no estabelecimento, o fluxo de clientes ainda estava abaixo do esperado pela empresa. "Ontem (segunda-feira, 1º), teve uma quantidade maior de pessoas, muito provavelmente porque foi o primeiro dia de reabertura", afirma ela, ressaltando que a Tupan se preparou para receber mais pessoas e instalou um lavatório na entrada da loja para ser usado por clientes e colaboradores. "Quem chega recebe álcool gel ou pode lavar as mãos antes de entrar na loja", diz Patrícia.
Ela conta ainda que a expectativa é que o número consumidores nas lojas aumente ao longo da semana, o que pode se refletir no crescimento do faturamento da empresa. "Ao passo que mais pessoas descobrem que a loja reabriu, mais somos procurados e, por isso, esperamos um crescimento de até 80% comparando com o período que estivemos fechados", afirma ela, ressaltando que essa meta deve ser perseguida nos próximos dias.
Na unidade da Ferreira Costa na Imbiribeira, os consumidores tinham a temperatura aferida e uma enfermeira estava à disposição para orientar quem apresentasse algum sintoma ao entrar na loja. Além disso, funcionários da empresa forneciam álcool gel e recomendavam aos clientes que obedecessem as normas de distanciamento como medida para evitar a infecção pelo novo coronavírus. "Nós estamos tomando as medidas de prevenção adequadas para proteger nossos clientes e colaboradores", diz o gerente do estabelecimento, Shóstenes Portela.
Para ele, o fluxo de clientes na loja é considerado positivo, visto que, apesar do receio natural por causa da pandemia, as pessoas estão comprando. "O número de pessoas aqui não está nem muito alto, nem muito baixo, o que é bom, pois garante as vendas e evita aglomerações", pontua Portela, que, assim como os outros funcionários, estava usando equipamentos de proteção individual.
O pedreiro Wellington Reis, 28, foi ao home center em busca de materiais para concluir a reforma em sua residência, que precisou ser interrompida por causa da pandemia. "Eu vim dar uma pesquisada e, se os preços estiverem bons, levarei", afirma ele, dizendo que estava ansioso pela reabertura das lojas de materiais de construção.
Em todas as lojas visitadas pela reportagem do JC nesta terça, além dos materiais de construção, os consumidores buscavam também itens de higienização pessoal, como álcool gel.
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