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McDonald's processa ex-chefe por mentir sobre relações sexuais com funcionárias

O homem é acusado de fraude

AFP
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Publicado em 10/08/2020 às 17:45 | Atualizado em 10/08/2020 às 17:45
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Expectativa é que a experiência comece a ser testada no primeiro semestre de 2020 - FOTO: Foto: Maxpixel

O McDonald's processou seu ex-presidente-executivo, o britânico Steve Easterbrook, nesta segunda-feira(10) por mentir sobre supostas relações inadequadas com funcionárias da empresa, em mais um capítulo da saga #MeToo que abalou a gigante do fast food.

Easterbrook, 53 anos, foi demitido em novembro de 2019 por uma relação "consensual" com uma integrante da equipe, contrariando as regras da empresa.

Mas o McDonald's disse que meses depois soube que Easterbrook mentiu ao afirmar que nunca havia feito sexo com funcionárias da empresa e que "destruiu informações sobre sua conduta pessoal desapropriada" em relações que teria tido com outras três funcionárias. Ele deu a uma delas ações no valor de centenas de milhares de dólares, de acordo com a empresa.

A companhia tenta recuperar cerca de 40 milhões de dólares em indenizações e benefícios pagos ao ex-diretor em decorrência de sua demissão no ano passado, inicialmente considerada sem justa causa, de acordo com um documento enviado nesta segunda-feira à autoridade de valores mobiliários dos Estados Unidos.

A ação, em que Easterbrook é acusado de fraude, foi apresentada a um tribunal estadual de Delaware. Easterbrook "não disse a verdade aos investigadores do McDonald's", afirmam os autos, que revelaram novos detalhes sobre o relacionamento que levou à sua saída da empresa.

Foi "uma relação consensual, não física, que envolveu mensagens de texto e vídeo" de natureza sexual, de acordo com a ação. "Easterbrook declarou ao McDonald's que este foi o único relacionamento de natureza íntima com uma funcionária. Ele afirmou que nunca tinha se envolvido em um relacionamento sexual físico com qualquer outra colaboradora", disse a empresa.

Mas em julho, o McDonald's recebeu uma denúncia anônima de que Easterbrook teve um relacionamento sexual com alguém que trabalhava para ele quando ele era CEO.

Uma investigação interna encontrou provas dessa relação e de outras duas também, disse o McDonald's. "Essas evidências consistem em dezenas de fotos e vídeos de várias mulheres, parcialmente e totalmente nuas ou sexualmente explícitas, incluindo fotos dessas três funcionárias da empresa", de acordo com os autos.

A acusação afirma ainda que Easterbrook enviou as fotos, supostamente feitas no final de 2018 e no início de 2019, de seu e-mail profissional para sua conta pessoal. Nomeado CEO em março de 2015, Easterbrook foi considerado um empresário de sucesso.

Em 2018, o salário-base de Easterbrook era de US$ 1,3 milhão e sua remuneração total, incluindo bônus e pagamento de ações, totalizou US$ 15,9 milhões. O acordo de demissão de Easterbrook incluía o pagamento de seu salário por seis meses, além de um pagamento em ações. A Equilar, uma empresa de consultoria, estimou o total em cerca de US$ 40 milhões.

Ele foi substituído por Chris Kempczinski, que trabalhava no McDonald's desde 2015, após ocupar cargos de gerência sênior na Kraft Foods e PepsiCo. Um dia após a demissão de Easterbrook, o McDonald's também anunciou a saída de seu chefe de recursos humanos, David Fairhurst, que estava na empresa desde 2005 e ocupava o cargo desde 2015.

Em maio, um grupo internacional de sindicatos apresentou uma queixa contra o McDonald's por assédio sexual sistêmico em restaurantes da rede em todo o mundo. A denúncia, apresentada à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), foi a primeira do tipo contra uma empresa multinacional, segundo a International Union of Food Workers. O documento cita testemunhos que denunciam "tentativa de estupro, exposição indecente, carícias e ofertas sexuais".

O McDonald's afirmou que analisaria a reclamação e garantiu que para a empresa "o mais importante são as pessoas". As ações do McDonald's caíram 0,60% nesta segunda-feira após o anúncio da empresa.

 

 

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