Pernambuco

"Eu vejo com muito otimismo o segundo semestre", diz Gustavo Dubeux sobre vendas no setor imobiliário

Segundo o empresário, os impactos da pandemia não se restringem à questão econômica, já que as demandas por espaços físicos mais adaptados à nova rotina das pessoas têm sido altas

Mayra Cavalcanti
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Mayra Cavalcanti
Publicado em 26/08/2020 às 10:54 | Atualizado em 26/08/2020 às 13:28
ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
PREJUÍZO Com dados da FGV, a Cbic informou que os preços do material de construção subiram 19,6% em 2020 - FOTO: ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM

Apesar de meses ruins de vendas, como os de abril e maio deste ano, o setor da construção tem boa expectativa de recuperação durante o segundo semestre de 2020. Em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, nesta quarta-feira (26), o empresário Gustavo Dubeux comentou que as vendas vêm crescendo desde junho, e que devem seguir neste ritmo até dezembro. Os impactos da pandemia do novo coronavírus, no entanto, não se restringem à questão econômica, já que, segundo ele, as demandas por espaços físicos mais adaptados à nova rotina das pessoas têm sido altas.

"No início do ano, todo mercado tinha uma previsão de um ano muito bom. Veio a pandemia e tivemos um susto, muita gente reviu planejamento e lançamentos. A partir do momento que você posterga, os seus estoques continuam sendo vendidos", declara Gustavo. Segundo ele, as taxas estão baixas e é um bom momento para a compra de imóveis. "Estamos tendo procura de novos investidores. Nos primeiros seis meses o mercado do Nordeste lançou 60% a mesmo do que em 2019, mas vendeu 6% a mais. Eu vejo com muito otimismo o segundo semestre", diz.

Dubeux explica que a busca por imóveis de segunda residência, como casas de campo ou de praia, teve alta nos últimos meses, já que muitas pessoas optaram por passarem a quarentena neles. "Os estoques caíram. As empresas que tinham estoques, principalmente no Litoral Sul, fez muitas vendas. Houve uma valorização de imóvel de segunda residência", conta. Outra tendência que veio após a pandemia foram as modificações na planta das casas. Integrar cozinha, sala e varanda, além de transformar a dependência de um espaço para home office foram algumas das mudanças apontadas pelo empresário.

"Há um anseio de ter uma cozinha integrada com a sala e com a varanda. Isso já é um costume americano, agora em dois projetos nossos, um aqui em Pernambuco e um em Fortaleza, nós já estamos colocando esse programa", relata. Já na área externa, a valorização é de espaço ao ar livre para crianças, academias de ginástica, locais para guardar compras feitas por delivery ou pela internet, além de área para animais de estimação. "Esses quesitos foram os que mais nos impressionaram nas últimas pesquisas que nós fizemos", completa.

Casa Verde e Amarela

Lançado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nessa terça-feira (25), através de uma Medida Provisória, o novo programa habitacional Casa Verde e Amarela veio para substituir o Minha Casa, Minha Vida. O projeto aposta na adaptação das condições de acesso para a aquisição da casa própria, com taxas de juros menores e injeção de recursos do FGTS para manter as construções. Com taxas a partir de 4,25% ao ano, o Casa Verde e Amarela prioriza as regiões Norte e Nordeste.

Gustavo Dubeux avalia o programa como positivo, por permitir a diminuição do déficit habitacional, mas, para ele, o Casa Verde e Amarela e o Minha Casa, Minha Vida são similares. "São projetos parecidos. O importante é que você vai ter crédito com uma taxa acessível para que o trabalhador possa tirar seu financiamento imobiliário e comprar a casa própria".

Uma vantagem, apontada por ele, é a diferenciação de taxas para o Norte e Nordeste. "Aqui é onde nós temos o maior déficit e um poder aquisitivo menor do que no Sul e Sudeste. Isso é uma situação muito importante, vai fazer com que novas pessoas possam resolver sua situação, como também novos possam financiar as suas novas casas", completa.

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