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Saiba como investir em ações de empresas estrangeiras mesmo sendo um pequeno investidor

BDRs são opção para investidor diversificar a carteira com ações de grandes empresas como Google, Apple e Facebook

JC
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Publicado em 20/11/2020 às 14:21 | Atualizado em 20/11/2020 às 14:22
ANGELA WEISS / AFP
DESCOLAMENTO Enquanto no exterior as principais Bolsas fecharam em alta, no Brasil o dia foi de queda - FOTO: ANGELA WEISS / AFP

O acesso aos BDRs (Brazilian Depositary Receipts Patrocinados) foram ampliados e, com isso, mais brasileiros podem ter na sua carteira ações de empresas internacionais sem necessariamente ter uma conta no exterior. Antes restrita a investidores profissionais, com mais de R$ 1 milhão aplicados, as BDRs agora estão à mão de qualquer investidor e garantem a expansão de ativos estrangeiros no País.

Os Brazilian Depositary Receipts Patrocinados são certificados de depósito emitidos e negociados no Brasil com lastro em valores mobiliários de emissão de companhias estrangeiras, geralmente ações ou ETFs, negociados exclusivamente pela B3 no Brasil.

Segundo João Beck, especialista em investimentos, economista e sócio da BRA, a principal vantagem desta abertura é que o universo de opções de investimentos explode e é possível diversificar a carteira. "Investir em empresas sediadas nos EUA significa investir em empresas globais. Diferente de uma ação brasileira em que o risco Brasil afeta a empresa, nos EUA as empresas são globais e vendem produtos e serviços pro mundo todo. Assim, você diversifica o risco de estar em um só país", explica ele. 

De acordo com Beck, as principais ações negociadas no exterior são de empresas que todos convivem diariamente e possuem alguma relação de consumo. "São empresas como Google, Apple e Facebook. Apesar de sediadas em outro país, a assimilação dessas marcas para o investidor é até maior do que de empresas brasileiras. É natural que o investidor tenha inclinação de investir em empresas que ele já tenha alguma relação também como consumidor", Assegura.

Esse tipo de papel já é negociado há muito tempo no Brasil, mas desde o dia 22 de outubro passou a ser acessível a qualquer brasileiro residente no País. Segundo,  João Scognamiglio, sócio da Múltiplos Investimentos, sem a ampliação do acesso aos BDRs, investir em empresas de fora era um processo mais complicado. "Você precisava ter conta em corretora no exterior. Com os BDRs, os custos são mais baratos também, visto que o BDR nem sempre está lastreado em uma ação completa, mas pode ser uma parte de uma ação. Além disso, também facilita na declaração de imposto de renda, já que quando você comprava diretamente as ações, você precisava declarar em dólar. Agora, você compra o BDR em Real, facilitando muito para o investidor”, explica. Segundo ele, não existe valor mínimo para esse tipo de investimento. 

Crescimento

De acordo com dados da B3, é notória a evolução do volume financeiro negociado em BDRs. No caso dos não patrocinados, aqueles nos quais a iniciativa de lançar os certificados no Brasil não parte da companhia emissora, mas da instituição depositária, até outubro de 2020, já se chegava a um volume negociado de R$ 18,3 bilhões. Em 2019, o volume foi de R$ 5,1 bilhões. 

Este ano, no País, os BDRs mais negociados foram da Apple, Amazon, Mercado Livre, Microsoft, Tesla, Alphabet (Google) e Facebook. 

Os títulos podem ser comprados em home brokers ou por meio de corretoras, e o investidor precisa manter a atenção, já que além dos riscos inerentes ao investimento, é preciso também estar de olho no câmbio. 

"Se o dólar cair, sua BDR também vai te dar prejuízo. Há formas de se proteger dessa oscilação através de uma assessoria especializada. Outro cuidado fundamental é a tributação diferente nessa classe de ativo. BDRs não contam com a isenção de vendas abaixo de 20 mil reais assim como os dividendos são tributados pela tabela progressiva", complementa Beck. 

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