O fim do pagamento do auxílio emergencial, programado para este mês de dezembro, é motivo de preocupação para grande parte dos brasileiros. Criada durante a emergência econômica e sanitária da covid-19, a ajuda financeira é considerada essencial para a manutenção da atividade econômica e também uma forma de manter um mínimo de qualidade de vida para milhões de famílias do país. A equipe econômica do governo federal já sinalizou que não tem a intenção de prorrogar o benefício, mas senadores têm buscado alternativas para que a ajuda continue sendo paga em 2021.
>> Calendário do auxílio emergencial em 2021 começa nesta segunda (4); confira
- Fim do auxílio emergencial põe em risco estabilidade da popularidade de Bolsonaro
- Sem auxílio emergencial, prefeitos e governo de Pernambuco se preparam para crise financeira de beneficiários
- Fim do auxílio emergencial impede mais pobres de planejarem um ano novo em 2021
- Veja o calendário de pagamentos do auxílio emergencial para janeiro de 2021
É o caso de Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Esperidião Amin (PP-SC), que apresentaram projeto que estende o auxílio emergencial e prorroga o estado de calamidade pública até o fim de março de 2021 (PL 5.495/2020). Pela proposta, o valor do auxílio seria de R$ 300 ou R$ 600, conforme a condição do beneficiário.
Alessandro avalia que a crise econômica decorrente da pandemia da covid-19 fez com que milhões de brasileiros batessem à porta da pobreza. Para ele, a aprovação do auxilio emergencial foi um passo correto em resposta à crise. A duração da pandemia levou o senador a ponderar que “para combater os prejuízos econômicos que se estendem, é necessário prorrogar o prazo inicialmente previsto para o auxílio emergencial”.
Como a vacinação contra o coronavírus ainda deve demorar alguns meses, Alessandro entende que o Parlamento não pode aceitar o fim do estado de calamidade, se a calamidade continua. Ele ressaltou que “por conta da inércia do governo federal, simplesmente não teremos um programa nacional de vacinação em execução antes de março”. Para o senador, é preciso fazer uma ponte para manter o mínimo de estabilidade social, até que ocorra a vacinação e a economia tenha condição de crescer novamente.
Longe da normalidade
A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) também apresentou um projeto que autoriza o Executivo a prorrogar o auxílio emergencial, como medida de enfrentamento da crise (PL 2.928/2020). Outro projeto, dos senadores Rogério Carvalho (PT-SE) e Paulo Rocha (PT-PA), estende o pagamento do auxílio emergencial durante todo o primeiro semestre de 2021 (PL 5.494/2020). Por esse projeto, o valor da ajuda seria de R$ 600, pelo menos, e também incluiria trabalhadores da cultura e agricultores familiares.
Na justificativa do projeto, os senadores do PT estimam que “imaginar todo o planeta imunizado e a economia mundial retornando à normalidade não é para agora”. Eles ainda ressaltam que “desafios burocráticos, financeiros e de logística são alguns dos entraves que certamente levarão incertezas até pelo menos meados de 2021”. Segundo Rogério Carvalho, as medidas de proteção social continuam sendo necessárias e urgentes.
Medida Provisória
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacou, por meio de sua conta no Twitter, que, a partir de janeiro, cerca de 65 milhões de brasileiros deixarão de receber o auxílio emergencial, 150 mil dos quais amapaenses.
O senador sugeriu que o Congresso Nacional seja convocado de forma extraordinária para analisar a Medida Provisória (MP) 1.000/2020, que prorroga o auxílio emergencial até o fim de 2020, e altere o texto para ampliar o prazo do auxílio por mais três ou seis meses.
Segundo o senador, são 14 milhões de brasileiros sem nenhuma outra fonte de renda, que estarão abandonados à própria sorte.
Comentários