Operação contra esquema de pirâmide e lavagem de dinheiro é deflagrada em Pernambuco e mais 11 estados
A ação, batizada de Black Monday, conta com a atuação dos MPs de Pernambuco e Minas Gerais, além do apoio da Polícia Civil e PRF
Atualizado em 25.03.21, às 18h40
Uma operação cujo alvo é uma organização criminosa envolvida na prática de pirâmide financeira, crimes contra as relações de consumo e lavagem de dinheiro foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (25) em Pernambuco e outros 11 estados. A ação, batizada de Black Monday, foi realizada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) em parceria com o MP de Minas Gerais e com o apoio da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
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Investigações
As investigações que deram origem à operação tiveram início em maio de 2020, quando o MP mineiro colheu indícios de que a organização criminosa estaria captando recursos do público através dos sites Aprenda Investindo e Investing Brasil com a promessa de realizar investimentos lucrativos.
No entanto, segundo o MP, os valores transferidos eram convertidos pelos criminosos em bens de alto valor e criptomoedas, gerando um prejuízo estimado de R$ 60 milhões a cerca de 1,5 mil vítimas do esquema.
Veja imagens da operação
Ao todo, o Gaeco Pernambuco cumpriu no estado cinco mandados de prisão, 12 mandados de busca e apreensão e ainda busca e arresto de bens contra integrantes do grupo criminoso. As ordens judiciais foram cumpridas no Recife e em três cidades do Agreste, sendo elas Caruaru, Pesqueira e Gravatá.
Nesta última cidade, foram detidas duas pessoas. O líder do grupo, que mora em Caruaru, foi encontrado no estado da Paraíba, em João Pessoa. Com ele foram encontrados automóveis de luxo das marcas Lamborghini e BMW.
Na capital pernambucana, a TV Jornal flagrou equipes da PRF em um prédio na Rua Padre Carapuceiro, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, dando cumprimento às determinações da Justiça. A apreensão na capital pernambucana inclui documentos bancários, pen drives, computadores, R$ 287 mil em espécie e veículos, totalizando um valor aproximado de R$ 600 mil. O material passará por uma análise inicial do Gaeco-PE e depois será remetido ao MPMG.
“Foi um trabalho muito eficiente. Conseguimos em tempo recorde desarticular uma atividade complexa feita através do meio digital, roubo e lavagem de dinheiro executados de maneira sofisticada”, avaliou o coordenador do Gaeco do MPPE, o promotor de Justiça Frederico Magalhães.
No total, participaram da operação 26 Promotores de Justiça, 42 servidores dos Ministérios Públicos, 19 Delegados de Polícia, 91 Agentes da Polícia Civil, 30 Policiais Militares, um perito e nove Policiais Rodoviários Federais. Apesar da operação acontecer em 12 estados, os mandados só aconteceram em Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Bahia e Goiás.