IPCA-15

Prévia da inflação para março fica em 0,96% no Grande Recife, cerca de três vezes mais que em fevereiro

Segundo o IBGE, o Brasil registrou taxa de 0,93% em março, acima do 0,48% de fevereiro deste ano e do 0,02% de março de 2020

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Marcelo Aprígio

Publicado em 25/03/2021 às 12:03 | Atualizado em 25/03/2021 às 12:50
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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, ficou em 0,96% em março na Região Metropolitana do Recife (RMR). Com o resultado, a RMR registrou um índice três vezes superior a fevereiro (0,31%). Apesar disso, alcançou a quarta menor variação entre as 11 localidades pesquisadas. Nacionalmente, o índice acelerou 0,93%. No acumulado do ano, a RMR teve alta de 2,73%, contra 2,21% do Brasil. Quando levada em consideração a soma dos 12 últimos meses, o Grande Recife ficou em segundo lugar, com 6,61%, atrás somente da Grande Fortaleza (7,04%). Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (25).

Segundo o IBGE, o resultado foi pressionado especialmente pelo setor de transportes, com o aumento dos combustíveis e das passagens aéreas. O reajuste das passagens de ônibus urbanos, ocorrido em fevereiro, também ajudou a elevar o índice.

O IPCA-15 mede as variações de preço em nove grupos de produtos e serviços, cujos valores foram coletados entre 12 de fevereiro a 15 de março. Neste período, sete segmentos tiveram alta e apenas dois tiveram redução: artigos de residência (-0,12%) e vestuário (-0,48%). Os transportes tiveram o maior reajuste, de 4,45%. O segmento também apresentou o maior aumento no acumulado de janeiro a
março (6,86%).

O grupo de saúde e cuidados pessoais vem logo atrás. O segmento teve alta de 0,69%, baseado principalmente no reajuste dos planos de saúde e dos medicamentos. Na sequência, estão comunicação (0,29%), despesas pessoais (0,23%), educação (0,16%) e habitação (0,08%). Embora o segmento de alimentação e bebidas tenha apresentado alta de 0,02%, em março, próxima à estabilidade, o acumulado dos últimos 12 meses aponta um avanço de 12,17% nos preços, o maior entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados.

Produtos que pesam no bolso

Segundo o índice, os produtos e serviços que mais aumentaram de preço foram a cebola (23,04%), a banana-prata (22%), o etanol (13,11%), o abacaxi (12,38%), o óleo diesel (10,14%), a gasolina (10,09%) e as passagens aéreas (9,08%). A cebola também foi o produto com maior reajuste no acumulado de janeiro a março: 63,95%. Já no acumulado do ano, o primeiro lugar no ranking fica por conta do óleo de soja, cujo avanço foi de 92,01%.

Por outro lado, o produto que mais baixou de preço foi a batata-inglesa (-16,36%), seguida pela maçã (-15,24%), pelo tomate (-12,51%), pelo melão (-12,58%), pelo coentro (-9,68%) e pelo fígado (-8,5%).

IPCA-15 no Brasil

O IPCA-15, que mede a prévia da inflação oficial, registrou taxa de 0,93% em março, acima do 0,48% de fevereiro deste ano e do 0,02% de março de 2020. Essa é a maior variação de preços para um mês de março desde 2015 (1,24%).

Com o resultado, o IPCA-15 acumula taxas de inflação de 2,21% no trimestre. A taxa trimestral, também conhecida como IPCA-E, é a maior para um primeiro trimestre desde 2016 (2,79%). No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 registra inflação de 5,52%.

Na prévia de março deste ano, a inflação foi puxada pelos transportes, que registraram taxa de 3,79%. O comportamento dos preços deste grupo de despesas pode ser explicado pelas altas dos combustíveis (11,63%). Só a gasolina subiu 11,18%, mas também houve variações de preços do etanol (16,38%), óleo diesel (10,66%) e gás veicular (0,39%).

Outros itens de transportes com alta de preços foram automóveis novos (0,99%), automóveis usados (0,30%), seguro voluntário de veículo (2,57%), ônibus urbano (0,42%) e trem (1,61%).

A alta de preços de 0,71% do grupo de despesas habitação também teve impacto importante no IPCA-15 de março. A inflação no grupo foi puxada principalmente pelo gás de botijão (4,60%), gás encanado (2,52%) e taxa de água e esgoto (0,68%).

Os alimentos tiveram inflação de 0,12%, mas a taxa é inferior à registrada nas prévias de fevereiro (0,56%) e de janeiro (1,53%).

Apenas o grupo educação registrou deflação (queda de preços), com uma taxa de -0,51% na prévia de março. Os demais grupos tiveram as seguintes taxas de inflação: artigos de residência (0,55%), saúde e cuidados pessoais (0,24%), despesas pessoais (0,10%), vestuário (0,03%) e comunicação (0,02%).

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