IPCA

Pressionada por gasolina e passagens de ônibus, inflação volta a crescer no Grande Recife e chega a 0,77% em fevereiro

Apesar do incremento no indicador, a inflação da RMR está abaixo da média nacional, que fechou o mês em 0,86%

Marcelo Aprígio
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Marcelo Aprígio
Publicado em 11/03/2021 às 12:36
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IBGE Setor de transportes teve uma alta de 3,19% no IPCA; combustíveis e tarifas de ônibus foram os vilões - FOTO: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
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Num movimento inverso ao observado em janeiro de 2021, pressionada pelos aumentos na gasolina e passagens de ônibus, a inflação voltou a subir no segundo mês do ano no Grande Recife. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na região foi de 0,77%. Apesar do incremento no indicador, a inflação da RMR está abaixo da média nacional, que fechou o mês em 0,86%, e também é a quarta menor entre as 16 localidades pesquisadas, à frente apenas de Goiânia (0,76%), Belo Horizonte (0,73%) e Rio de Janeiro (0,38%). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em janeiro, a taxa registrada para a RMR havia sido 0,5%. Com isso, no ano, o IPCA no Grande Recife acumula alta de 1,28%, superior à média nacional (1,11%).  

Na RMR, quatro dos nove grupos de itens pesquisados pelo IBGE demonstraram uma elevação de preços. O segmento de transporte contribuiu com a maior alta (3,19%). "Os reajustes no preço dos
combustíveis – principalmente a gasolina - e da passagem de ônibus, a partir de 7 de fevereiro,
foram os itens que, individualmente, tiveram maior impacto no setor", diz o IBGE em comunicado.

O segmento é seguido de educação (2,65%), saúde e cuidados pessoais (1%), saúde e cuidados pessoais (0,60%),e artigos de residência com 0,05%. Entre os itens que registraram redução na média de preços na RMR, o grupo habitação puxou a inflação para baixo, com -0,34%, acompanhado de vestuários (-0,24%), alimentação e bebidas (-0,21%), comunicação (-0,02%) e despesas pessoais (-0,01%).

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Cebola foi o produto com mais alta, 27,47% - MARCELO APRÍGIO/JC

Os produtos que mais subiram de preço no Grande Recife foram a cebola, com alta de 27,47%, a banana prata (13,8%), e, em terceiro lugar, a gasolina (8,42%). Os combustíveis em geral subiram 8,34% e ocuparam a quarta posição. Individualmente, o etanol foi reajustado em 7,57% e o óleo diesel aumentou 5,74%. Entre aqueles que mais baixaram de preço, estão a batata-inglesa, que estava 10,42% mais barata, a maçã, com redução de 8,78%, o mamão (-7,42%), o coentro (-6,91%) e a cenoura (-6,85%). O queijo (-5,43%) também se destaca entre os produtos que tiveram custo reduzido.

Inflação nacional

O IPCA fechou fevereiro com alta de 0,86% ante um avanço de 0,25% em janeiro, no Brasil. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 1,11%. Em 12 meses, o resultado foi de 5,20%. A alta em fevereiro foi o resultado mais elevado para o mês desde 2016, quando o índice havia aumentado 0,90%, segundo o IBGE.

Em fevereiro de 2020, o IPCA ficou em 0,25%. Como resultado, a taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses acelerou de 4,56% em janeiro para 5,20% em fevereiro, ante uma meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central este ano. A taxa foi a mais acentuada desde janeiro de 2017, quando estava em 5,35%.

Cálculo do IPCA

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília.

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 janeiro a 1° de março de 2021 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de dezembro de 2020 a 28 de janeiro de 2021 (base). Cabe lembrar que, devido ao quadro de emergência de saúde pública causado pela covid-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março de 2020, a coleta presencial de preços nos locais de compra. A partir dessa data, os preços foram coletados pela internet, e-mail ou telefone.

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Inflação da RMR é a quarta menor entre as 16 localidades pesquisadas - FOTO:MARCELO APRÍGIO/JC
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Preço dos alimentos no Grande Recife sobe quatro vezes mais do que inflação em um ano - FOTO:MARCELO APRÍGIO/JC
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O segmento de transporte contribuiu com a maior alta (3,19%) - FOTO:FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

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