Lojas poderão oferecer saque e troco por Pix, informa presidente do Banco Central
Roberto Campos Neto afirmou, também, que versão ampliada do open banking poderá integrar planos de saúde
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, informou, nessa quinta-feira (12), que lojas e estabelecimentos comerciais poderão, em um futuro breve, se tornar “agências bancárias” para permitir saques e dar troco aos clientes por meio do Pix.
“Estamos no processo de pensar como isso vai trafegar e quais são os preços. Muito provavelmente, vamos começar numa situação em que o lojista recebe para fazer esse serviço”, disse Campos Neto, durante evento promovido, ontem, pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). O presidente afirmou que os lojistas serão remunerados para oferecer as novas modalidades de transação.
- Banco Central atualiza regras do Pix; veja o que muda
- Entenda como vai funcionar o mecanismo de reembolso do Pix
- Pix poderá ser usado em aplicativos de mensagens e compras online
Os novos serviços permitirão que qualquer comércio, por menor que seja, ofereça as opções de saque e troco em espécie, desde que tenha uma caixa registradora.
Campos Neto disse que as funções permitirão tanto o saque “puro”, em dinheiro, como o pagamento de produtos com valor a mais, para receber o troco. “Se a pessoa comprou um item por R$ 10 e precisa de R$ 10 para ir a outro estabelecimento, ela poderá pagar R$ 20”, exemplificou o presidente do BC.
Segundo Campos Neto, as facilidades promoverão a inclusão, uma vez que os serviços de saque também serão disponibilizados em pequenos municípios sem agências bancárias. “Nessas localidades, a pessoa tem que sair, pegar uma van e ir para outra localidade (para sacar dinheiro). A gente entende que o Pix acabou gerando essa inclusão”, disse.
Aos comerciantes, o modelo também será interessante, pois diminuirá custos de transporte de numerário, além de gerar mais segurança, por não permanecer com muito dinheiro em caixa, disse o presidente do BC.
Open Banking
O presidente do BC afirmou ainda que uma versão ampliada do open banking –ou sistema financeiro aberto–, chamada de open finance, poderá integrar planos de saúde. Segundo ele, o tema foi abordado em uma conversa recente com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
"Por que as pessoas não usam isso para monetizar para ter coisas melhores na área de planos de saúde? Uma vez que a plataforma seja implantada e as pessoas tenham a consciência de que os dados que elas produzem têm muito valor, isso vai expandir bastante", ressaltou.
Pelas regras do BC, com o open banking o consumidor passa a ser dono de seus dados e pode permitir que uma instituição acesse seu histórico bancário, por exemplo. Isso pula algumas etapas na análise de crédito e pode proporcionar taxas ainda mais baratas. A ideia é que depois o modelo se estenda para outros produtos financeiros, como investimentos e seguros.