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Corpo do empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, CAOA, será sepultado neste sábado (14) em São Paulo

O empresário, que é fundador do grupo e atuava como presidente do conselho, faleceu nesta manhã

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Fernando Castilho, Ana Maria Miranda

Publicado em 14/08/2021 às 10:29 | Atualizado em 14/08/2021 às 11:12
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A Diretoria do Grupo CAOA informou que o velório e o sepultamento do empresário Carlos Alberto Oliveira Andrade, conhecido como CAOA, será realizado neste sábado (14) em São Paulo. O velório está marcado para 14h30 e o sepultamento, às 17h30, ambos no Cemitério do Morumbi.

O empresário, que é fundador do grupo e atuava como presidente do conselho, faleceu nesta manhã, aos 77 anos. Ele estava com a saúde debilitada devido a um tratamento de saúde, e morreu enquanto dormia, ao lado da esposa e dos filhos.

Médico, Carlos Alberto Oliveira Andrade se tornou uma referência para a indústria automobilística brasileira. O empresário atraiu marcas importantes para o portfólio da CAOA, como a Ford, a Hyundai, a Caoa Chery e a Subaru.

Segundo a diretoria do grupo, a empresa continuará a ser gerida pelos atuais executivos, conforme prevê o plano de sucessão e governança. O grupo prestou solidariedade à família e amigos do empresário.

História de sucesso

O próprio Carlos Alberto Oliveira Andrade costumava dizer que sua trajetória no mercado de venda de automóveis começou quase por acaso, quando ainda era médico em Campina Grande (PB) e comprou um Ford Landau, mas a empresa faliu e o carro não foi entregue. Ele soube que a empresa estava com problemas junto à Ford e acabou comprando a concessionária e entrando no ramo. Na época, o investimento foi de quatro milhões de cruzeiros.

Mas o que pouca gente sabe é que o médico que virou dono de concessionária acabou comprando uma segunda concessionária (Fonseca Irmãos) no Recife, porque a empresa também enfrentava problemas com a fábrica. A empresa virou a Concórdia Veículos e o novo negócio marcou a entrada definitiva do cirurgião no ramo que o consagrou no setor de veículos nacional e, a seguir, internacional.

Algo que sempre chamou a atenção no empresário paraibano foi o senso de oportunidade, já que CAOA não deixava passar nenhuma. A concessionária de Campina Grande, que vendia oito carros por mês, logo saltou para 30 veículos comercializados. No fim do ano, chegou a 100. E isso aconteceu porque o "Doutor Carlos" fazia qualquer negócio. Aceitava carros usados, terreno, cabeça de gado, e se tornou conhecida a história de que para vender um outro Landau, ele recebeu o pagamento em tijolos.

Foi isso que fez a Ford o procurar, oferecendo-lhe a principal concessionária do Recife. E foi essa capacidade que fez a montadora o levar, anos mais tarde, para atuar em São Paulo. Isso fez a CAOA se consolidar como a maior revendedora da Ford no Brasil (em número de concessionárias de veículos vendidos). Aliás, foi essa característica que fez a mesma Ford o procurar antes de fechar suas operações para lhe vender a tradicional fábrica de São Paulo, que fazia a F-4000. E CAOA só não comprou porque não tinha a garantia que poderia fazer ao menos alguns motores da marca sob licença.

Consórcios

Em 1988, ele entrou no ramo de consórcios. Para quem não lembra, quando a Convef Administração de Consórcio S.A. foi criada, o Brasil vivia uma onda de consórcio de produtos como TV, videocassete VHS, conjunto de som, onde Sanyo e Sharp dominavam as vendas.

O sistema de consócios já existia, mas CAOA o levou para dentro de uma rede própria, onde sua máquina de vendas de carros tinha o cliente na porta para vender consórcio como poupança. Tanto que, em 1990, ele abriu o grupo de Caminhões Ford. Não demorou para, quatro anos depois, entrar no ramo de imóveis, sempre usando a rede de concessionárias e a fidelização de marca.

Quando, em 1998, o grupo virou o importador oficial Subaru, o consórcio foi junto. E dez anos depois, com a parceria com a marca Hyundai, o consórcio ganhou mais um item na prateleira. O CAOA Consórcios chega aos 33 anos de experiência na administração de consórcios e passou da aquisição de automóveis, utilitários, frotas, caminhões, imóveis, reforma e construção através do consórcio. E sempre atuando com parceiros comerciais e presente nas mais de 160 concessionárias CAOA.

É uma máquina de vendas muito forte. E como o CAOA atua nas marcas Hyundai, Ford, Subaru e Caoa Chery, é fácil oferecer mais opções aos clientes. Isso além das 12 lojas de seminovos e da rede de 130 oficinas da CAOA Pós-venda.

Ousadia

Em 2007, CAOA deu o seu mais ousado passo. Virou dono de fábrica de automóveis, em Anápolis. Nasceu a CAOA Montadora de Veículos Ltda. Ele se orgulhava de dizer que os modelos têm a mesma qualidade dos carros feitos na Coreia pela Hyundai. Segundo o empresário, uma de suas premissas foi a de que a fábrica contasse com os melhores equipamentos disponíveis, como os 32 robôs das áreas de pintura e bodyshop, etc.

Ele também implantou um Centro de Pesquisa e Eficiência Energética (único da América Latina que mede emissões de veículos com tração 4x4) e a constante preocupação com a preservação ambiental – como e apostou no tratamento de efluentes, permitindo que a água usada nas câmaras de pintura seja devolvida potável a natureza. Em 2015, o grupo inaugurou o Centro de Pesquisa e Eficiência Energética (CPEE), em Anápolis (Goiás).

Com a imagem de marca criada para a Hyundai pela CAOA, a introdução dos modelos HB20 e, mais recentemente, do SUV Creta no mercado brasileiro foi bastante facilitada, tornando a Hyundai a quarta maior montadora desde 2016, de acordo com dados da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores.

Já em 2017, o Grupo CAOA planejou uma integração com a chinesa Chery. A CAOA, maior conglomerado de distribuição e fabricação de automóveis da América Latina e a Chery, maior exportadora de veículos chineses, se uniram num acordo histórico de cooperação para lançar a CAOA Chery, nova montadora 100% nacional.

A parceria com os chineses, porém, só se concretizou em março de 2018, com a compra de 50,7% das ações da filial da Chery no País, dando início às operações da Caoa Chery e passando a ser a responsável por importação, distribuição e fabricação da marca no Brasil.

Após o lançamento do Tiggo 7, a recém-lançada marca CAOA Chery fechou seu primeiro ciclo de lançamentos, comemorando o fato de ter apresentado quatro novos veículos ao mercado brasileiro em menos de um ano.

Assim, CAOA hoje possui duas fábricas próprias no Brasil, uma no Distrito Agroindustrial de Anápolis, onde são montados modelos da Hyundai e da Chery, bem como outra em Jacareí/SP, advinda da aquisição de 50,7% das operações brasileiras da fabricante chinesa Chery, em setembro de 2017, formando assim a CAOA Chery.

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