bandeira "escassez hídrica"

Conta de luz fica mais cara a partir desta quarta (1º); Aneel dá dicas de como economizar energia

Nova tarifa permanecerá em vigor até abril de 2022

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Estadão Conteúdo, Adige Silva

Publicado em 01/09/2021 às 0:12 | Atualizado em 01/09/2021 às 15:28
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Com a bandeira "escassez hídrica" começando a valer a partir desta quarta-feira (1º), o valor da taxa adicional cobrada nas contas de luz passa de R$ 9,49 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) para R$ 14,20, provocando um aumento de 6,78% na tarifa média. A medida, que vigora até abril de 2022, é para fazer frente às despesas do acionamento de usinas térmicas e das ações adotadas para evitar apagões e até mesmo um racionamento de energia. Veja abaixo dicas da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para economizar energia:

Dicas da Aneel para economizar energia

Chuveiro elétrico

· Tomar banhos mais curtos, de até cinco minutos

· Selecionar a temperatura morna no verão

· Verificar as potências no seu chuveiro e calcular o seu consumo


Ar-condicionado

· Não deixar portas e janelas abertas em ambientes com ar condicionado

· Manter os filtros limpos

· Diminuir ao máximo o tempo de utilização do aparelho de ar condicionado

· Colocar cortinas nas janelas que recebem sol direto


Geladeira

· Só deixar a porta da geladeira aberta o tempo que for necessário

· Regular a temperatura interna de acordo com o manual de instruções

· Nunca colocar alimentos quentes dentro da geladeira

· Deixar espaço para ventilação na parte de trás da geladeira e não utilizá-la para secar panos

· Não forrar as prateleiras

· Descongelar a geladeira e verificar as borrachas de vedação regularmente


Iluminação

· Utilizar iluminação natural ou lâmpadas econômicas e apagar a luz ao sair de um cômodo; pintar o ambiente com cores claras


Ferro de passar

· Juntar roupas para passar de uma só vez

· Separar as roupas por tipo e começar por aquelas que exigem menor temperatura

· Nunca deixe o ferro ligado enquanto faz outra coisa


Aparelhos em stand-by

· Retirar os aparelhos da tomada quando possível ou durante longas ausências

Bônus para quem economizar energia

O governo pretende premiar os consumidores que reduzirem o consumo em um patamar de 10% a 20% com um bônus de R$ 0,50 a cada quilowatt-hora economizado. Pelas regras apresentadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME), quem economizar menos que 10% não receberá bônus, e quem superar o nível de 20% tampouco receberá prêmio adicional.

Para ter uma comparação, a tarifa média paga pelos consumidores residenciais hoje está em R$ 607,60 por MWh - ou seja, R$ 0,60760 a cada 1 kWh. O problema é que a geração de energia adicional é muito mais cara do que essa média. A termelétrica William Arjona, em Mato Grosso do Sul, tem custo de R$ 2 mil por MWh, ou R$ 2 a cada 1 kWh.

Em média, uma família brasileira consome 163 quilowatts-hora mensais, o equivalente a R$ 139,26, com impostos. Se conseguir economizar 20%, por exemplo, essa mesma família pagaria uma conta 36% menor: além dos 130,4 kWh, ela receberia um bônus sobre os 32,6 kWh economizados e pagaria R$ 88,43.

O financiamento do bônus passou por um impasse. O Ministério da Economia não aceitou abrir crédito extraordinário para bancar o bônus. Por outro lado, embora o governo queira premiar quem economiza, não quer punir quem gastar mais com multa ou corte compulsório - como foi feito em 2001.

O programa prevê que o conjunto de consumidores pague, proporcionalmente, pelo custo adicional de geração, por meio de uma taxa chamada de Encargos de Serviço do Sistema (ESS).

O ESS é pago via bandeira tarifária e, caso o custo das usinas supere o valor arrecadado, é repassado no reajuste tarifário anual de cada distribuidora.

Após pagar esse custo, o consumidor que economizar energia terá uma parte desse valor devolvido na conta de luz - mas apenas a sua economia individual, e a um valor mais baixo do que aquele que ele efetivamente pagou.

Apelo do ministro de Minas e Energia

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, pediu na noite desta terça-feira (31) que consumidores residenciais, indústrias e comércio economizem energia e água devido à crise hídrica. Em pronunciamento oficial em cadeia de rádio e TV, ele afirmou que a condição hidroenergética do País se "agravou" nos últimos meses, pois não choveu o quanto era esperado na região Sul. O ministro afirmou que a crise é um fenômeno natural que também ocorre, com a mesma intensidade, em outros países. No pronunciamento, porém, ele não citou a palavra "racionamento".

"Para aumentarmos nossa segurança energética e afastarmos o risco de falta de energia no horário de maior consumo, é fundamental que a Administração Pública, em todas as suas esferas, e cada cidadão-consumidor, nas residências e nos setores do comércio, de serviços e da indústria, participemos de um esforço inadiável de redução do consumo", disse. "O empenho de todos nesse processo é fundamental para que possamos atravessar, com segurança, o grave momento energético que nos afeta, para atenuar os impactos no dia a dia da população e também para diminuir o custo da energia."

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