Caminhoneiros recebidos por Bolsonaro dizem que só encerram mobilização se pauta contra STF avançar
Os caminhoneiros tiveram reunião com o presidente Jair Bolsonaro e com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas
Com informações da Folha de S.Paulo
Matéria em atualização
Caminhoneiros que foram recebidos pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, nesta quinta-feira (9), disseram que só encerram a mobilização se a pauta contra o Supremo Tribunal Federal (STF) avançar.
Ao lado de deputados bolsonaristas no Palácio do Planalto, dois caminhoneiros que se identificaram como Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como "Chicão caminhoneiro", e Cleomar Araujo, negaram que Bolsonaro tenha pedido o fim das manifestações. O presidente, no entanto, gravou um áudio nessa quarta-feira (8) pedindo que caminhoneiros liberem as rodovias bloqueadas.
"Fala para os caminhoneiros aí que [eles] são nossos aliados, mas esses bloqueios aí atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dá um toque nos caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade", disse Bolsonaro na gravação.
Questionado sobre quando as manifestações se encerrarão, Burgardt condicionou a retirada dos caminhões das estradas a uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a respeito da atuação da Corte.
"Permanecemos no aguardo de ser recebido pelo mesmo [Rodrigo Pacheco] e talvez exista alguma questão com relação a quanto tempo vai durar. Eu já antecipo para os senhores: estamos aguardando ser recebidos pelo senador Rodrigo Pacheco. Até que isso seja realizado, nós estamos mobilizados em todo o Brasil", disse.
Havia expectativa de que o ministro Tarcísio falasse à imprensa sobre a reunião, mas os deputados Bibo Nunes (PSL-RS), Carla Zambelli (PSL-SP) e Major Vítor Hugo (PSL-GO) foram escalados. Zambelli disse que Bolsonaro não tem controle sobre as manifestações.
"Aquilo que vocês ouviram no áudio de ontem e que o Tarcísio soltou no vídeo não mudou nada. Não cabe ao presidente decidir o que eles fazem", disse a deputada.