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Em áudio, Bolsonaro pede a caminhoneiros o fim de bloqueios em estradas; ouça

Bolsonaro diz que bloqueio de rodovias provoca "desabastecimento, inflação e prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres"

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Amanda Azevedo, Adige Silva

Publicado em 09/09/2021 às 0:08 | Atualizado em 09/09/2021 às 10:05
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Em um áudio divulgado nesta quarta-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu aos caminhoneiros que encerrem os bloqueios nas estradas do País. Na gravação, enviada ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, ele diz que a interdição de rodovias provoca "desabastecimento, inflação e prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres".


"Fala para os caminhoneiros aí, que são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação e prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres. Então, dá um toque no caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade. Deixa com a gente em Brasília aqui e agora. Mas não é fácil negociar e conversar por aqui com autoridades. Não é fácil. Mas a gente vai fazer a nossa parte aqui e vamos buscar uma solução para isso, tá ok? E aproveita, em meu nome, dá um abraço em todos os caminhoneiros. Valeu", diz o presidente. 

Ouça o apelo de Bolsonaro aos caminhoneiros:

As manifestações começaram nessa terça-feira (7), na esteira dos atos de 7 de setembro, convocados pelo presidente. Na noite desta quarta-feira (8), havia concentração de caminhoneiros em ao menos 16 estados, incluindo Pernambuco. Em território pernambucano, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram registrados bloqueios no quilômetro 43 da BR-101, em Igarassu, no Grande Recife, e no quilômetro 83 da BR-408, em Paudalho, na Mata Norte.

Ministro confirma autenticidade do áudio

Por meio de um vídeo, o ministro da Infraestrutura confirmou que o presidente enviou o áudio para ele. Como Bolsonaro, Tarcísio destacou os impactos negativos da paralisação.

"Essa paralisação ia agravar efeitos na economia, na inflação que ia impactar os mais pobres, os mais vulneráveis. Já temos hoje um efeito no preço dos produtos em função da pandemia. A inflação hoje também tem um componente internacional. E uma paralização vai trazer desabastecimento, vai acabar impactando os mais pobres, os mais vulneráveis e prejudicando a população. A gente sabe que há uma preocupação de todos com a melhoria da situação do país, há uma preocupação de todos com a resolução de problemas graves", afirmou.

"Mas a gente não pode tentar resolver um problema criando outro. E, principalmente, prejudicando os mais vulneráveis. Daí a preocupação do presidente da República. Então, peço a todos que ouçam, que escutem atentamente às palavras do presidente, que a gente tenha serenidade para pavimentar um futuro melhor", completou o ministro.

Resposta de Zé Trovão 

Após a divulgação do áudio, o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, o "Zé Trovão", que teve mandado de prisão expedido no âmbito do inquérito sobre a organização de manifestações antidemocráticas de 7 de setembro, pediu a Bolsonaro que não abandone seus apoiadores.

"Presidente, o povo precisa do senhor. O senhor está nos convocando desde o começo do ano. Nós tivemos na rua dia 1º de maio, dia 15 de maio, estivemos na rua 1º de agosto. Presidente, pelo amor de Deus. Estão atacando nosso povo aí em Brasília, a polícia está usando da força. O senhor é a nossa última salvação, presidente. Nós vamos trancar todo o Brasil, porque nós estamos do lado do senhor, presidente. Pelo amor de Deus, presidente, não deixa seu povo ser oprimido. Faz o que tem que ser feito porque o senhor tem o povo do seu lado", afirmou.

Em outra gravação, questiona o áudio de Bolsonaro e pede ao presidente que se dirija diretamente aos caminhoneiros. "Se o senhor quer realmente isso, peça diretamente para nós. Nós estamos aqui, sempre apoiamos o senhor. Veja bem tudo o que está acontecendo. A gente precisa resolver tudo isso. Precisamos de uma resposta do senhor. Se é para abrir, faça um vídeo, fale data e hora e nos peça, daí a gente vai atender o senhor", disse.


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