Saiba quanto seus eletrodomésticos consomem de energia e veja como economizar
Pequenas dicas podem contribuir para reduzir o consumo de energia. É bom prestar atenção, porque já houve aumento da bandeira tarifária e deve vir mais por aí devido à escassez de água nos reservatórios das hidrelétricas do sistema Sudeste/Centro-Oeste
Com a alta na conta de luz, o consumidor pode economizar energia se usar os eletrodomésticos da forma correta ou reduzir o tempo em que eles permanecem ligados. Ao utilizar o forno micro-ondas, você já prestou atenção se a potência do equipamento está adequada para a função? Sabia que, fazendo esse ajuste, pode economizar energia? Isso acontece porque o consumo é calculado a partir da potência dos equipamentos e do tempo de uso. No caso do micro-ondas, por exemplo, utilizar a função correta do equipamento pode resultar em economia de energia, segundo informações da Neoenergia Pernambuco, antiga Celpe.
>> Conta de luz fica mais cara a partir desta quarta (1º); Aneel dá dicas de como economizar energia
A primeira dica, de acordo com a empresa, é seguir as orientações do fabricante, observando a eficiência da tabela de classificação de consumo do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE/Inmetro) e o selo Procel.
“Pequenas mudanças na rotina, como um simples ajuste na hora de usar os aparelhos que temos em casa, podem fazer a diferença no fim do mês. Buscamos conscientizar os nossos consumidores de que, além de economizar, ao reduzir o uso da energia elétrica, estamos contribuindo com a preservação do meio ambiente”, afirma a gerente de Eficiência Energética da Neoenergia, Ana Christina Mascarenhas.
Além de ajudar ao meio ambiente, o consumidor também deve economizar energia, porque com a escassez hídrica o Brasil corre o risco de ter apagões -que já começaram a ocorrer no Sudeste do Pais - e até um racionamento de energia, como ocorreu em 2001.
Antes de comprar uma geladeira ou um ar-condicionado, o consumidor deve procurar saber se eles têm uma tecnologia chamada inverter. Os eletrodomésticos que têm gastam menos, porque, explicando de uma maneira grosseira, esta tecnologia mantém a temperatura uniforme sem dar picos de consumo.
Confira as dicas da Neoenergia para alguns dos principais aparelhos domésticos e saiba qual pode ser a economia proporcionada pela mudança de hábitos:
LÂMPADA
Durante o dia, o ideal é reduzir o uso das lâmpadas. Para isso, duas orientações são importantes: os consumidores podem abrir cortinas e janelas para aproveitar a luz natural ao máximo e, nas paredes, devem priorizar cores claras. O brasileiro utiliza em média em suas residências 6,5 lâmpadas, de acordo com a Pesquisa de Posse e Hábitos de Uso de Equipamentos Elétricos na Classe Residencial 2019 (PPH 2019), realizada pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Se todas elas forem halógenas de 42W, quando usadas por cinco horas por dia durante o mês, representam cerca de 6,3 kWh ou R$ 5,66 considerando um preço de R$0,899/kWh. No entanto, ao optar por modelos de LED com potência de 9W, podem gastar 1,35 kWh ou R$ 1,21 ou seja, uma economia de R$ 4,44 por lâmpada. As lâmpadas de LED são as mais eficientes do mercado, além de serem mais duráveis, podendo ter uma vida útil até quatro vezes maior do que as fluorescentes.
GELADEIRA E FREEZER
Se em uma casa há mais de um aparelho como geladeira, frigobar e freezer, a orientação da Neoenergia Pernambuco é que o uso seja concentrado em apenas um, reduzindo o consumo de energia. Uma das principais formas de fazer um uso mais eficiente desses equipamentos é regulando o termostato de acordo com a temperatura do dia e a quantidade de alimentos que estão guardados: em momentos mais frios ou quando não estão muito cheios, o termostato deve ser ajustado para temperaturas maiores, já nos dias muito quentes, deve ser usado perto da capacidade total de resfriamento para conservar melhor os alimentos.
Outra dica importante é bom checar como anda a eficácia da borracha de vedação da porta da geladeira que deve ser verificada com frequência porque, se ela não estiver em perfeitas condições, o consumo de energia pode aumentar. Uma maneira simples é fazer um teste com um pedaço de papel, colocando-o ao fechar a porta e testando se, ao puxá-lo, há resistência – se não houver, é hora de trocar a borracha.
Até o lugar onde a geladeira fica interfere no consumo de energia. Geladeiras não devem ficar próximas ao fogão e, se possível, devem ser afastadas cerca de 15 centímetros da parede. Isso permite que o calor trocado pelas serpentinas circule livremente, caso contrário, haverá um gasto maior de energia para fazer a troca térmica com o ambiente. É por esse motivo que não se deve colocar roupas e panos para secar na parte de trás deste eletrodoméstico.
Se o consumidor for trocar a geladeira, ficar atento ao selo Procel porque as que possuem o selo são as mais eficientes. Porém, essa não é a única informação que deve ser observada. Também é bom confrerir as informações do fabricante e ter em mente que a litragem do equipamento impacta no consumo de energia, quanto maior mais consumo.
Por exemplo, uma geladeira frost free com selo Procel de 387 litros pode ter um consumo médio de 31 kWh por mês, enquanto uma de 394 litros com as mesmas características, mas de outra marca, pode consumir cerca de 55,3 kWh mensais. Essa diferença de 24,3 kWh/mês equivale ao consumo mensal de um frigobar de 93 litros (14,1 KWh/mês) mais cinco lâmpadas de LED de 9W ligadas durante cinco horas por dia ou ao consumo de um freezer de 205 litros (19,8 kWh/mês) mais três lâmpadas de LED de 9W com uso de cinco horas por dia. Essa diferença custa uma perda aproximada de R$ 21,84 por mês, considerando o preço de R$ 0,899/kWh. Como uma geladeira tem vida útil de 15 anos, durante esse período, o consumidor poderá perder cerca de R$ 3.932,04.
Antes de comprar uma geladeira ou um ar-condicionado, o consumidor deve procurar saber se eles têm uma tecnologia nova chamada inverter. Se tiver, gastam menos energia. Esta tecnologia mantém a temperatura uniforme sem dar picos de consumo e e isso faz reduzir o gasto de energia.
TV
Entre os modelos de televisores, o LCD com uso de lâmpadas LED (LCD EDGE/LCD FULL LED) é mais eficiente quando comparado com as de LCD com lâmpadas fluorescentes, plasma e OLED. O consumidor deve observar também a variação de potência entre diferentes modelos e marcas, além das informações da etiqueta do Inmetro escolher os que tem Selo Procel. Um exemplo são duas televisões , uma LCD full LED de 42 polegadas, ambas classificadas como “A” pelo Inmetro e ligadas durante quatro horas por dia, que podem gastar entre 9,6 kWh por mês (ou seja, cerca de R$ 8,6 mensais) e a outra consumindo 30 kWh por mês (R$ 26,97) – a segunda tem consumo maior 213% do que a primeira. Essa diferença de 20,4 kWh poderia custear o uso mensal de um notebook de 45W ligado durante oito horas por dia ou de um videogame PS4 (137 W) ligado durante duas horas e meia por dia.
Uma TV LCD LED EDGE de 50 polegadas classificada como “A” pelo Inmetro e com selo Procel, se ligada durante quatro horas por dia, pode gastar 19,2 kWh por mês, o que equivale a cerca de R$ 17,26 na fatura mensal. Uma de plasma, também de 50 polegadas e classificada como “A” pelo Inmetro, mas sem o selo Procel, pode gastar 53,76 kWh/mês, um impacto de R$ 48,33 na conta. Essa diferença de 34,56 kWh/mês poderia custear o consumo mensal de uma geladeira de 438 litros com selo Procel.
Além disso, quanto maior for a tela, mais alto é o consumo de energia em qualquer modelo – uma de 40 polegadas que tenha o selo Procel funcionando durante quatro horas e no stand by por 20 horas tem um consumo de 6 kWh/mês. Uma de 55 polegadas, também com o selo Procel e nas mesmas condições, tem consumo de 10 kWh/mês.
A Neoenergia orienta os consumidores a não deixar a televisão ligada sem necessidade, desligar da tomada quando não estiver em uso e não esquecer de desligá-la antes de dormir, podendo utilizar recursos de programação, como o timer. O custo para manter uma TV ligada por quatro horas por dia, durante 30 dias, pode variar de R$ 6,47 a R$ 34,52, considerando potências de 60W a 320W.
AR-CONDICIONADO
No uso do ar-condicionado, duas formas simples de economizar energia são mantendo a limpeza dos filtros a cada duas semanas e ajustando o termostato nas temperaturas entre 23º e 24ºC. Cada grau a menos pode elevar o consumo de energia em até 8%. Há outras maneiras de reduzir o consumo de energia, como utilizar o timer para que ele seja desligado automaticamente após um tempo.
Além disso, o ar-condicionado deve ser instalado preferencialmente no alto do cômodo, preferencialmente em paralelo ao lado de maior dimensão. O consumidor deve verificar a capacidade mais adequada do ar-condicionado (BTU/h) para a área que vai refrigerar, se é orientado para o poente ou nascente, a quantidade de pessoas que utiliza o cômodo e o tamanho dos ambientes envidraçados. Em geral, aparelhos de 7.500 BTU/h são adequados para áreas de até 10 metros quadrados, os de 10.000 BTU/h para as de 10 a 15 metros quadrados e os de 12.000 BTU/h para as de 15 a 20 metros quadrados.
Se o consumidor for comprar um novo aparelho, pode optar por um modelo split inverter, que são até 60% mais econômicos do que as outras tecnologias. A diferença pode ser de até R$ 80,34 na conta: enquanto um de 9.000 BTU/h sem selo Procel pode consumir em média 118,65 kWh/mês (ou seja, R$ 106,67), um inverter pode ter consumo de 29,28 kWh/mês (R$ 26,32). No cálculo foi considerado um preço de R$ 0,899/kWh.