As empresas de Pernambuco com melhor desempenho na crise da covid-19 em 2020

O ano de 2020 foi desafiador para toda a população. Com a pandemia provocada pela covid-19 e as medidas de isolamento social adotadas, a circulação de pessoas diminuiu e, consequentemente, o mercado econômico brasileiro sentiu o baque. Em Pernambuco não foi diferente. No entanto, algumas empresas conseguiram superar as barreiras impostas pela crise e contornar as perdas. No debate da Super Manhã desta quarta-feira (22), na Rádio Jornal, com mediação de Wagner Gomes, o economista José Emílio Calado e os jornalistas Adriana Guarda e Fernando Castilho discutiram sobre o Balanço Empresarial de Pernambuco - ranking que avalia o desempenhos das empresas no Estado. 

Com informações do levantamento, o JC preparou o especial Balanço Empresarial Maiores e Melhores de Pernambuco. A série de reportagem irá ao ar na próxima segunda-feira (27) e contará com publicações diárias até a sexta-feira (1º), contando um pouco das dificuldades e estratégias adotadas por empresas de diversos seguimentos do Estado. 

O balanço está na sua 15ª edição e elegeu, entre 240 entidades analisadas, as 50 empresas que mais se destacaram no Estado no último ano. O material leva em consideração as demonstrações contábeis publicadas no Diário Oficial pelas instituições. Com base nessas informações, elas são avaliadas pelos seguintes indicadores: Ativo; Receita Líquida; Variação da Receita Líquida; Lucro Líquido; Variação do Lucro Líquido; Crescimento do Ativo Imobilizado; Rentabilidade do Patrimônio Líquido e Margem Líquida.

Para a repórter Adriana Guarda, o material ajuda a entender melhor o comportamento empresarial em Pernambuco. "Esse balanço ajuda a entender um pouco a economia de Pernambuco, porque ele traz uma base grande de empresas e mostra como essas empresas se comportaram ao longo do ano. No caso desse balanço, 2020 foi um ano que merece ser observado e analisado com muito cuidado, porque foi o ano que começou a pandemia da covid-19", destaca Adriana.

Para Fernando Castilho, colunista de economia do JC, o balanço surpreendeu por demonstrar a crescente de novos agentes na economia pernambucana. "Tem uma coisa muito interessante nesse levantamento. Mostra que a economia pernambucana está se renovando e com novos atores", enfatiza o jornalista.

José Emílio Calado, idealizador do projeto, relata que, apesar das dificuldades, os resultados coletados são positivos. "Eu estava muito curioso sobre o ano de 2020, porque eu ia pegar oito meses de pandemia. Eu me surpreendi positivamente, porque acho que as empresas aprimoraram suas gestões. As empresas procuraram se adaptar rapidamente a situação da pandemia, com uso de tecnologia", revela o economista.

“Com o Balanço Empresarial, podemos observar com mais detalhes o que está acontecendo na economia. No estudo deste ano, pudemos constatar que Pernambuco tem uma base industrial e de infraestrutura muito forte. Os setores de energia, tecnologia e saúde também se destacaram. Isso mostra um retrato minucioso da economia do Estado e isso é importante, inclusive, para as próprias empresas, que poderão ver como as outras organizações do seu segmento estão se comportando”, pontua Calado.

"Clube do Bilhão"

O balanço deste ano mostra uma lista de empresas que têm receita líquida acima de um bilhão de reais, chamada de "Clube do Bilhão. A relação é encabecada pela Neoenergia Pernambuco (antiga Celpe), com uma receita líquida de R$ 6.862.200. A empresa é seguida pela Chesf (R$ 6.656.096), Indorama (R$ 2.359.317), Compesa (R$ 2.350.619) e o Hospital Esperança (R$ 2.318.670), que completa o top-5. Confira a lista completa abaixo:

Ascensão

Dentre os diversos segmentos que se destacaram no Balanço Empresarial 2021, um chamou mais atenção: o sucroalcooleiro. De acordo com José Emílio Calado, o setor apresentava retração nos últimos anos, mas cresceu significativamente no ano passado.

“Este é um setor tradicional da economia de Pernambuco que vinha perdendo sua importância ao longo dos anos. Em 2020, pudemos constatar que foi um ano esplendoroso para as empresas do ramo com o aumento de receita e lucros. Vejo isso como um fator que atenuou a crise, já que é um setor que emprega muita mão-de-obra e, consequentemente, gera um efeito positivo na economia”, destaca Calado.

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