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NFT, um modo de uso para esses 'ativos digitais' altamente especulativos

O NFT é um "objeto digital" cujo certificado de propriedade é rastreável. Concretamente, trata-se de um contrato cujas regras são definidas por um código, que pode ser atribuído a um objeto virtual ou real

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AFP

Publicado em 21/12/2021 às 11:33
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Os NFTs conseguem ser vendidos na internet a preços astronômicos e grandes empresas aderiram a esta moda à medida que estes produtos ganham espaço no mercado da arte e da cultura, mas seu uso ainda é difícil para os iniciantes.

Confira, a seguir, uma análise sobre essas ativos e como são comercializados.

A denominação "NFT" é a sigla para Non-Fungible Token, ou "Token Não Fungível".

É usado para um bem digital não fungível, ou seja, que não pode ser trocado por algo equivalente.

O NFT é um "objeto digital" cujo certificado de propriedade é rastreável. Concretamente, trata-se de um contrato cujas regras são definidas por um código, que pode ser atribuído a um objeto virtual ou real.

As regras podem limitar a quantidade de exemplares disponíveis para a venda, autorizar uma "reedição" ou organizar um sistema de direitos para recompensar o autor de uma obra por cada transação.

Este é um novo tipo de ativo digital, como as criptomoedas como o bitcoin e utiliza a mesma tecnologia das 'blockchains', que consistem em uma forma de identificação que envolve vários indivíduos sem um núcleo unificador.

 


A maioria dos compradores é de colecionadores ou especuladores que esperam poder vendê-las depois e ganhar dividendos.

Os NFTs foram protagonistas de vários leilões com preços muito elevados, como a venda do primeiro tuíte do CEO da rede social Twitter por 2,9 milhões de dólares.

Também são utilizados pela indústria de jogos eletrônicos, do cinema e a música, mas podem representar bens diversos como um terreno digital ou uma fazenda de cavalos para corridas virtuais.

Assim como as criptomoedas, é possível comprar e vender NFT em plataformas especializadas.

Em uma transação, o objeto designado pelo NFT não necessariamente é entregue ao proprietário, que só recebe um certificado registrado em um blockchain.

Para conservar os direitos de um certificado, é indispensável ter uma carteira virtual, que é um aplicativo ou um objeto conectado que tem a forma de uma chave de USB.

Antes da compra, é necessário ter uma criptomoeda, mas também é possível "criar" um NFT, com alguns conhecimentos de informática.

 A compra, venda e o uso de um NFT são até hoje operações técnicas pouco compreendidas, ou que podem implicar riscos para os investidores.

Para cada interação com as blockchains, é necessário ter despesas para pagar as pessoas encarregadas de verificar as transações.

Conforme explicado em um relatório recente da plataforma especializada Chainalysis, "comprar um NFT recém-criado de uma coleção muito esperada é um processo muito competitivo, com milhares de usuários que se 'aglomeram' para comprar em um mesmo momento".

Neste caso, muitas transações não vingam, mas as despesas ainda precisam ser pagas e às vezes são altas, dependendo do preço das criptomoedas usadas para pagar.

Alguns compradores estão determinados a se apossar do ativo e podem usar robôs, que são poderosos aplicativos para repassar as ordens, o que torna a operação ainda mais incerta para um investidor que estreia neste mercado.

"Os dados apontam que as NFT estão longe de ser um investimento infalível", destacou Chainalysis, que explica que as coleções de NFT são geralmente vendidas a um preço mais barato para os entusiastas que participaram da promoção do projeto.

Em 2021, "apenas um pequeno grupo de investidores muito experientes lucrou com as coleções de NFT", constatou um estudo.

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