Operação do MP mira loterias eletrônicas, jogos de azar e bancas de apostas em Pernambuco
Ao todo, a ação deu cumprimento a 17 mandados de busca e apreensão em desfavor de oito empresas e seis pessoas físicas
O Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) deflagrou nesta terça-feira (21) uma operação contra integrantes de uma organização criminosa que explora loterias eletrônicas, jogos de azar e bancas de apostas. Batizada de ‘Game Over’, a ação conta com apoio da Diretoria Geral de Operações Estratégicas da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), da Polícia Civil de Pernambuco (PCPE), da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) e MP da Paraíba.
Ao todo, são cumpridos 17 mandados de busca e apreensão em desfavor de oito empresas e seis pessoas físicas. As buscas ocorrem nas cidades de Taquaritinga do Norte, Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, todas no Agreste, e Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata do Estado.
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Na chácara do líder do grupo, localizada na zona rural de Taquaritinga do Norte, foram encontrados celulares e documentos para a comprovação dos ilícitos, além de máquinas caça-níqueis. Também foi localizado um bunker com 45 computadores que davam suporte à operação de jogos online do grupo criminoso.
Nos demais endereços foram recolhidos documentos contábeis, cheques, telefones celulares, notebooks, material de propaganda, wallets de criptomoedas e dinheiro, sendo a quantia mais relevante o valor de R$ 130 mil em espécie na sede de uma das empresas.
As investigações
As investigações que deram origem à ‘Game Over’ começaram no ano de 2018. Neste período, apurou-se que o esquema ilícito foi montado a partir da criação de uma plataforma que permite a exploração de apostas em resultados de jogos de futebol denominada “MarjoSports”, proporcionando ao proprietário e demais investigados ganhos milionários.
Esses recursos, em seguida, eram convertidos em ativos imobiliários e na criação de outras empresas a partir dos lucros ilicitamente auferidos, com a finalidade de lavar o dinheiro e conferir-lhes a aparência de legalidade.
"Esse trabalho é a primeira operação realizada após a criação da força-tarefa entre Ministério Público e Secretaria da Fazenda, operacionalizada através do Gaeco e a Diretoria Geral de Operações Estratégicas da Secretaria Estadual da Fazenda mediante termo de cooperação técnica", ressaltou o coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Frederico Magalhães.
De acordo com o MPPE, foi apurada movimentação superior a R$ 400 milhões nos últimos cinco anos por meio de várias empresas que deram início a suas atividades bancárias sem possuírem patrimônio anterior declarado.
Ainda segundo Gaeco, a organização era divulgada por artistas e chegou a patrocinar times de futebol da Série A do Brasileirão. “A exploração de jogos de azar promovia um estilo de vida luxuoso para os integrantes da organização, em detrimento de outras modalidades de jogos permitidos que recolhem impostos que são transferidos para o bem comum da sociedade”, afirmou o MP.
Crimes
Os alvos da operação estão sendo investigados pela prática dos crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores; crimes contra a ordem econômica; crimes contra a ordem tributária; crimes contra as relações de consumo e promoção, constituição, financiamento ou integração de organização criminosa.