IBGE

Inflação no Grande Recife acelera pelo segundo mês seguido e alcança 1,53% em março

Foi o maior percentual desde dezembro de 2020, puxado principalmente pelo aumento no preço dos combustíveis

Imagem do autor
Cadastrado por

Edilson Vieira

Publicado em 08/04/2022 às 19:19 | Atualizado em 08/04/2022 às 19:20
Notícia
X

A inflação na Região Metropolitana do Recife (RMR) acelerou pelo segundo mês consecutivo, com alta de 1,53% em março em relação ao mês anterior. Esse foi o maior percentual desde dezembro de 2020, puxado principalmente pelo aumento no preço dos combustíveis, que gera um efeito cascata na economia, e pelo reajuste no valor dos alimentos. O Grande Recife ficou em nono lugar entre as 16 localidades pesquisadas. No Brasil, a inflação foi ainda maior: 1,62%. Os dados são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta (8) pelo IBGE.

No acumulado do ano, a inflação foi de 2,94%, o que deixa o Grande Recife abaixo da média nacional (3,2%) e na antepenúltima posição entre os locais pesquisados, atrás apenas de Brasília (2,86%) e Porto Alegre (1,5%). No acumulado dos últimos 12 meses (abril de 2021 a março de 2022), a Região Metropolitana do Recife está na nona posição, com alta de 11,53%, pouco acima da média brasileira, de 11,3%.

MAIS CAROS

Dos nove grupos de produtos e serviços considerados pelo IPCA, oito tiveram alta nos preços em março. A única exceção foi o setor de Comunicação, cuja queda foi de 0,35%. Os principais impactos na inflação do mês vieram dos Transportes (3,82%), setor pressionado pelo aumento no preço dos combustíveis, especialmente no óleo diesel (17,09%) e na gasolina (8,89%).

Alimentação e bebidas ficaram em segundo lugar, com aumento de 2,04%, impactado pela escalada no valor dos itens para consumo no domicílio, como frutas (12,43%) e tubérculos, raízes e legumes (9,83%). “Além das questões climáticas, que têm afetado fortemente a produção e oferta desses itens, o reajuste nos combustíveis fez com que o frete também aumentasse, contribuindo ainda mais para a alta de preços”, explica Fernanda Estelita, gerente de planejamento e gestão do IBGE em Pernambuco.

MENOS CAROS

Os demais grupos tiveram alta inferior a 2%, como Vestuário (1,53%), Artigos de residência (1,46%), Saúde e cuidados pessoais (0,83%), Habitação (0,21%), Educação (0,2%) e Despesas pessoais (0,08%). Os cinco produtos ou serviços com aumento mais expressivo no IPCA da Região Metropolitana do Recife em março de 2022 foram o melão (48,89%), a cenoura (27,69%), o mamão (17,61%), o transporte por aplicativo (17,32%) e o já citado óleo diesel (17,09%). Outros destaques foram o ovo de galinha (9,9%), a batata-inglesa (9,47%), o feijão-carioca (8,82%) e o óleo de soja (7,96%).

Já os produtos/serviços com maiores reduções no preço no mês passado foram a passagem aérea (-8,11%), o feijão-mulatinho (-5,59%), o leite longa vida (-5,52%), a banana-da-terra (- 4,83%) e o coentro (-4,66%). Outros itens que pesam no orçamento familiar também apresentaram queda, como a energia elétrica residencial (-3,18%) e o frango em pedaços (-2,27%).

SOBRE O IPCA

Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 26 de fevereiro e 30 de março de 2022 (referência) com os preços vigentes entre 29 de janeiro e 25 de fevereiro de 2022 (base). O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos. 

Tags

Autor