Bolsonaro não conhece o Pix, dizem servidores do BC
Sindicato dos servidores reforça que presidente já chegou a relacionar a tecnologia de pagamentos instantâneos à aviação
Com o Pix lançado em seu governo, pelo Banco Central (Entidade autônoma do governo federal), o presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição este ano, foi alvo de críticas contundentes dos servidores do Banco Central do Brasil (BCB), após aliados, como o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PP-RN), sinalizar que a ferramenta de pagamentos instantâneos será usada na campanha.
Farias declarou que "o presidente tem muita coisa para mostrar no período eleitoral. Ninguém sabe que o Pix foi projeto do governo dele". Mas o servidores do Banco Central contestaram a afirmação.
"O sistema de pagamento instantâneo foi criado e implementado pelos Analistas e Técnicos do Banco Central do Brasil - ou seja, por Servidores concursados de Estado, não pelo atual governante ou por qualquer outro governo", disse em nota o sindicato dos servidores (Sinal).
A nota explicativa do sindicato continua: "Primeiramente, é importante ressaltar que o início do projeto do PIX é bem anterior ao mandato do atual Presidente da República. A portaria do Banco Central n. 97.909, que instituiu o grupo de trabalho para desenvolver uma ferramenta interbancária de pagamento instantâneo, foi publicada em 3 de maio de 2018, muito antes da eleição do atual governo".
O Sinal reforça que não houve qualquer referência ao Pix no programa eleitoral entregue em 2018 pelo então candidato Jair Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral. "Ou seja, o projeto de criação e implementação do Pix não recebeu nenhum apoio (ou mesmo citação) durante a campanha eleitoral que elegeu o atual Presidente da República. Além disso, em discurso público realizado em novembro de 2020, o presidente Jair Bolsonaro declarou que Pix era algo ligado à aviação civil, mostrando completo desconhecimento do assunto", disparou.
O Pix tem sucesso relevante no País. Na sexta-feira (6) houve um novo recorde de transações diárias, segundo o Banco Central. Em um único dia, foram feitas 73,198 milhões de operações, bem acima do recorde anterior, de 7 de abril deste ano, de 63,504 milhões de transferências de recursos em tempo real.
Ainda nesta terça-feira (10), os servidores do Banco Central decidiram manter a greve da categoria em virtude da falta de reajuste salarial.