Como o aumento no aço vai impactar na vida do consumidor? Veja os produtos que ficarão mais caros
Aumento de 20% no custo do aço foi repassado para a indústria e será sentido nos lares brasileiros
A guerra entre Rússia e Ucrânia foi um dos gatilhos para o aumento do preço do aço. Junto, subiram os preços do carvão e do minério de ferro, matéria-prima e insumo significativamente exportados pelos países em conflito para a produção do metal. O reajuste já chegou às indústrias e ainda que dependa de cada setor para ser repassado aos consumidores, ele vai sim acontecer. Para o gerente de marketing da Açovisa, Giovanni Marques da Costa, esses repasses serão percebidos em pouco tempo pelas indústrias e na sequência pelo consumidor final, explica
Outro fato considerado importante por Costa é que embora os países europeus envolvidos no conflito sejam relevantes exportadores de placas de aço, que é a primeira etapa da cadeia produtiva de aços planos, o Brasil também é um importante player neste segmento. “A indústria brasileira se adapta aos materiais que não estão disponíveis e às necessidades do mercado”, explica.
Exemplo foi o desligamento de fornos, aciarias e, também demissões nas usinas devido à covid-19 por se acreditar que não haveria demanda, “mas aconteceu justamente o contrário: O mercado mundial se desabasteceu rapidamente ficando a demanda maior que a oferta, promovendo uma corrida entre as indústrias para retomarem suas linhas de produção, fazendo com que os preços dos insumos, sobretudo comodities sofressem forte aumento".
REFLEXOS
O reajuste será sentido pelos consumidores, principalmente, em três setores, de acordo com Costa:
Linha branca
Os eletrodomésticos como fogões e geladeiras serão os primeiros bens de consumo a serem impactados pelo reajuste, pois estão diretamente relacionados à linha de aços planos.
Automóveis
“Essa segunda posição da lista é encabeçada pelas motocicletas, que são praticamente todas feitas de aço. Em seguida os carros e depois os caminhões", diz Giovanni Marques Costa. A quantidade de aço utilizada na fabricação de um carro é em torno de 800 quilos que valem aproximadamente U$ 1mil. No caso do reajuste de 20%, o veículo ficaria US%200 mais caro (cerca de R$ 1.030 em cotação de dólar comercial em 12 de maio de 2022).
Já no caso dos caminhões, por serem produzidos com aço, serem abastecidos com combustíveis, que vem passando por consecutivos aumentos, e serem utilizados na logística de diversos produtos, eles puxam o aumento de outros itens, em especial grãos como soja e milho.
Alimentos
“O percentual do reajuste repassado ao consumidor vai depender muito do nível de processamento do alimento, mas podemos esperar um aumento na soja, milho, cana e seus respectivos derivados. Alimentos enlatados terão, sim, um aumento, ainda que baixo. Mas será sentido antes de junho nos bolsos brasileiros”, indica Costa.