COMBUSTÍVEIS

PREÇO DA GASOLINA: Bolsonaro diz esperar que Petrobras não anuncie aumento, às vésperas de possível reajuste

Bolsonaro voltou a dizer que o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, tenta trocar o comando da estatal.

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Estadão Conteúdo

Publicado em 16/06/2022 às 22:52 | Atualizado em 17/06/2022 às 19:35
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No dia em que ocorreu uma reunião do Conselho de Administração da Petrobras, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, em transmissão ao vivo nas redes sociais, esperar que a estatal não reajuste os preços dos combustíveis, uma das principais preocupações de seu comitê de campanha à reeleição. "A gente espera que a Petrobras não faça maldade com o povo brasileiro", declarou o chefe do Executivo.

Bolsonaro voltou a dizer que o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, tenta trocar o comando da estatal. Ele afirmou esperar que o Conselho se reúna para tomar essa decisão, ou seja, trocar o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, para facilitar assim a entrada de Caio Paes de Andrade, atual secretário de Desburocratização do Ministério da Economia, já indicado por Sachsida.

O presidente também voltou a afirmar que a política de preços da estatal, com paridade internacional, não determina reajustes automáticos. "Não precisa quando aumenta o petróleo lá fora, o Brent, e o dólar aumenta aqui, ela não precisa imediatamente reajustar seus preços. Ela tem um prazo de vários meses para reajustar. E isso aí quem diz é a decisão do conselho lá atrás, quando se criou a PPI, no início do governo Temer", declarou Bolsonaro "Para mim e a equipe econômica, não interessa o lucro da Petrobras", emendou.

"Espero que a Petrobras não queira aumentar combustíveis nesses dias que estamos negociando com Parlamento", insistiu Bolsonaro, na transmissão ao vivo nas redes sociais.

Segundo Bolsonaro, um reajuste de preços da Petrobras agora, logo após a aprovação do teto de ICMS no Congresso, teria "interesse político" para atingir o governo. "A Petrobras já foi do Brasil, atualmente é dos funcionários e minoritários", afirmou o chefe do Executivo.

 

Petrobras já sinalizou novo aumento

Hoje, o presidente do Conselho de Administração da empresa, Márcio Weber, convocou uma reunião extraordinária, o que surpreendeu a alta cúpula da estatal. De acordo com fontes ouvidas pelo Broadcast, a diretoria da empresa deve decidir por um aumento nos preços dos combustíveis, após o entendimento de que o Conselho não pode interferir. Ainda não ficou claro se a diretoria levará à frente o plano de reajuste ainda esta semana ou na próxima.

O governo vem tentando convencer o presidente demissionário da Petrobras, José Mauro Coelho, a segurar os preços para que o teto de ICMS, aprovado ontem no Congresso com apoio do Palácio do Planalto, surta algum efeito nas bombas dos postos de abastecimento. "Eu só posso entender que um reajuste da Petrobras agora seria um interesse político para atingir o governo federal", disse o chefe do Executivo.

"Até semana que vem a gente acerta diminuição do preço dos combustíveis", declarou Bolsonaro, ao falar do pacote de energia negociado entre o Planalto e o Congresso. O presidente voltou a dizer que as medidas devem reduzir o preço da gasolina em R$ 2 o litro e o do diesel, em até R$ 1 o litro.

Os cálculos do chefe do Executivo diferem, contudo, dos que foram apresentados pelo relator do teto de ICMS no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). O parlamentar estimou um impacto de R$ 1,65 no litro da gasolina e de R$ 0,76 no do diesel.

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