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Bolsa de valores: como investidor pode se proteger do clima político?

Propostas como a chamada 'PEC Kamikaze', que amplia o Auxílio Brasil, preocupam investidores pelo impacto fiscal

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Cássio Oliveira

Publicado em 15/07/2022 às 10:18 | Atualizado em 15/07/2022 às 10:20
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Com a chegada do período eleitoral aumenta o clima de preocupação pelo mercado financeiro.

Propostas como a chamada PEC Kamikaze que amplia o Auxílio Brasil, aumentando a popularidade do governo enquanto a inflação alta penaliza a população de baixa renda são acompanhadas com desconfiança pelos custos que deve trazer à economia do País.

O receio maior é que o pacote de benefícios aprovado piore a situação fiscal do País e obrigue o Banco Central a manter os juros em alta por mais tempo.

Reportagem do E-Investidor, do Estadão, apontou que as eleições caminham em paralelo com inflação nos Estados Unidos, guerra na Ucrânia e sequelas econômicas da pandemia de covid-19.

Assim, em cenário já conturbado, as questões da política nacional devem atrair mais a atenção dos investidores. 

Ouvido pelo Estadão, Fernando Siqueira, Head de Research da Guide Investimentos, disse que a incerteza já chegou à Bolsa de Valores, mesmo que de forma indireta.

“Medidas como a PEC Kamikaze só foram viabilizadas de forma tão rápida por causa das eleições e têm um impacto fiscal elevado e negativo nos prêmios de risco. Isso acaba impactando a Bolsa, ainda que de uma forma indireta”, explica.

Nomes que lideram a corrida eleitoral, Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) também não passam para os investidores uma imagem de preocupação com a estabilidade fiscal do País durante a pré-campanha.

Com a volatilidade aumentando à medida em que novas pesquisas eleitorais, entrevistas ou planos de governo sejam divulgados, é preciso ficar atento às carteiras.

De acordo com o Estadão, até a chegada das eleições, algumas empresas e setores podem sair mais prejudicados como as companhias estatais, que costumam entrar no foco dos debates, que vão desde a defesa de maior interferência do Estado até a privatização, a depender do candidato.

Assim, empresas como Petrobras, Banco do Brasil ou Sabesp, por exemplo, podem sofrer mais volatilidade, apontou Fernando Siqueira, da Guide.

Como se proteger?

Outras empresas, porém, podem ser opções mais defensivas para o período. Principalmente aquelas cujo desempenho depende menos das ações do governo.

Uma boa alternativa pode ser apostar em setores mais ‘perenes’ compondo a carteira como bancos, empresas de energia elétrica, saneamento básico, seguridade e telefonia.

Os analistas apontam, ainda, que a volatilidade das eleições abre oportunidades de investimento para quem tiver paciência para prazos mais longos.

Com a Bolsa descontada, empresas de qualidade deverão negociar a preços mais baixos, mesmo que continuem com seus modelos de negócio intactos e sólidos.

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