PISO ENFERMAGEM 2022: estados apelam a Pacheco por dinheiro para pagar piso dos enfermeiros e manter serviços básicos
Estados demandam que presidente do Senado coloque em discussão derrubada de veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra compensação às unidades federativas
Os presidentes do Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, CNS (Conselho Nacional de Saúde), Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e Conasems (Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde) se reuniram com o Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
O encontro, nesta quinta-feira (18), reforçou o apelo dos estados pela compensação do governo federal às perdas com o teto de ICMS estipulado pelo governo Jair Bolsonaro (PL).
O objetivo dos estados é fazer com que Pacheco ponha em votação a derrubada do veto ao artigo 14 do PLP 18/2022, atual Lei Complementar 194/2022, para manutenção dos recursos da saúde e educação, que ficaram comprometidos com o corte de receitas a partir da redução da alíquota do ICMS cobrados em serviços considerados essenciais, como os combustíveis.
Por determinação constitucional, estados e municípios destinam 25% das suas receitas tributárias na educação. Já no caso da saúde, estados aplicam, no mínimo, 12% e os municípios 15% das suas receitas tributárias.
Só em 2022, considerando o efeito da medida do governo federal, entre agosto e dezembro, são estimados que R$ 18 bilhões deixarão de ser destinados à saúde e educação, nas contas dos fazendários.
Para evitar comprometimento da manutenção dos serviços públicos essenciais à população, o Congresso Nacional garantiu, no artigo 14 do projeto, que a União deve compensar os entes subnacionais para garantir que os mínimos constitucionais da saúde e da educação, bem como do Fundeb, tivessem as mesmas disponibilidades financeiras existente antes da legislação entrar em vigor. Contudo, ao sancionar a lei, o Presidente da República indeferiu o artigo.
O presidente Rodrigo Pacheco mostrou-se sensibilizado com a necessidade de viabilizar a medida, de acordo com o presidente do Comsefaz, Décio Padilha.
“Ele foi muito sensível na questão dos vetos aos custos de saúde e educação. Se não for derrubado fica uma situação de déficit e de perda dos serviços”.
Enfermeiros
Ainda no encontro, foram pontuados outros importantes assuntos, com a necessidade de uma fonte de financiamento para a implementação do Piso de Enfermagem (Emenda Constitucional 124/2022), recém aprovado pelo Senado Federal.
“Nós propusemos ao presidente do Senado que se estabeleça uma Mesa Nacional que capaz de conduzir uma solução rápida ao custeio dos fundos estaduais e municipais da saúde no que diz respeito ao impacto do Piso de Enfermagem, que já é uma realidade”, disse o presidente do Conass, Nésio Fernandes.
As entidades também propuseram a aprovação de autorização legislativa para utilizar recursos disponíveis nos caixas das secretarias dos Estados e dos Municípios, frutos do orçamento de guerra e do repasse para o combate à covid, permitindo o seu remanejamento e aplicação até 31 de dezembro de 2023.
“Temos mais de R$ 2 bilhões referentes aos recursos do orçamento de guerra que ainda não foram utilizados e que pela lei teríamos de devolver até o final do ano. Nosso pedido é que haja um projeto de lei que garanta que esses recursos não sejam devolvidos", afirmou o presidente do CNS, Nésio Fernandes.