NEGÓCIOS

Câmara de Comércio Brasil-Portugal foca nas pequenas e médias empresas de PE para ampliar relações

Câmara - em operação no estado desde 1912 - escolhe novos membros, por avaliação técnica e afinidade com áreas de interesse

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Lucas Moraes

Publicado em 04/11/2022 às 21:46
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Câmara de Comércio, Indústria e Turismo Brasil-Portugal, a segunda mais antiga do país, está selecionando neste mês de novembro novos membros para sua diretoria em Pernambuco. O novo grupo assumirá a gestão da entidade até 2025.

A escolha dos representantes da Câmara - em operação no estado desde 1912 - se dará por avaliação técnica e afinidade com áreas de interesse dentro de uma diversificada pauta de negócios, com raízes fincadas da Zona da Mata ao Sertão. Hoje, são cerca de 100 associados em solo pernambucano, mas a história e o potencial deste relacionamento bilateral apontam potencial de crescimento, sobretudo entre as empresas de médio porte.

“Nossa missão é dar suporte técnico e especializado no crescimento e escala dos negócios mantidos por nossos associados no cenário internacional, atuando como um parceiro privilegiado para a internacionalização da economia brasileira e promotores-facilitadores de negócios entre o Brasil e a Europa”, destaca Daniela Freire, diretora executiva de Inovação e Relações com o Mercado da Câmara.

Ex-secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e também diretor da entidade, o advogado Antonio Mario de Abreu Pinto reforça o peso histórico da comunidade lusófona em Pernambuco. “O Estado sempre foi uma porta de entrada para imigrantes portugueses no Nordeste. Inclusive o nosso comércio, durante muito tempo, foi dominado por portugueses e suas grandes estivas. O que buscamos é o fortalecimento dessa relação comercial, tão arraigada à nossa cultura”, destaca, citando entre os símbolos desse vínculo patrimônios como o Gabinete Português de Leitura, o Clube Português e o Hospital Real Português.

Com uma corrente de comércio de mais de US$ 145 milhões transacionada com os estados do Nordeste somente em 2021, Pernambuco figura, segundo dados disponibilizados pela Federação das Câmaras Portuguesas, em primeiro lugar em ordem de importância na região, no tocante a volume de exportações e importações, com valor transacionado de US$ 58,643 milhões no ano passado.

INTERESSE CRESCENTE

Além de um ano marcado pelo bicentenário da independência do Brasil, 2022 deve ser lembrado por outros marcos simbólicos, e um deles é a flexibilização dos pedidos de nacionalidade pela internet, como anunciado recentemente pelo governo de Portugal. Com a instabilidade econômica no Brasil e o agravamento dos indicadores que monitoram a qualidade de vida na América Latina, o desejo de desbravar território luso tem se intensificado. Somente em 2020, primeiro ano da pandemia, foram quase 60 mil pedidos de cidadania portuguesa oficializados por cidadãos brasileiros.

Um movimento já percebido pelas 18 Câmaras de Comércio Portuguesas atuantes no Brasil, que juntas reúnem cerca de 2,5 mil associados. Nas últimas décadas, essas organizações vêm firmado papel estratégico na construção dessa diplomacia econômica. Tendo a companhia energética EDP como principal mantenedora, as câmaras portuguesas possuem mais de 900 convênios de cooperação assinados com universidades, parques tecnológicos, governos, federação de indústria, sistema S, além de instituições públicas e privadas do Brasil e de Portugal para facilitar negócios e parcerias entre os dois países.

“O papel da Câmara de Comércio é trabalhar o middle market, aqueles empresários que não são das grandes multinacionais brasileiras ou portuguesas, ou empresas maduras, essas já têm uma estrutura própria de penetração, com bancos e acessos a diversas formas de financiamento. No entanto, o médio e o pequeno precisam da Câmara para facilitar essa obtenção de informações”, detalha Daniela Freire,

Hoje, além de empresários, a entidade mantém entre os associados de toda a região Nordeste governos, parques tecnológicos, ecossistemas de inovação, federação de indústrias, universidades, o Sistema S (Sesc, Sebrae), além do terceiro setor, como o Projeto Portinari e a Fundação Gilberto Freyre.

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