Déficit

FERNANDO HADDAD apresenta primeiro PACOTE para reduzir ROMBO NAS CONTAS PÚBLICAS em 2023

Medidas têm como objetivo aumentar a arrecadação, possivelmente com a volta da cobrança de impostos federais sobre os combustíveis, e reduzir os gastos

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Renata Monteiro

Publicado em 12/01/2023 às 21:45
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Da AFP

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou nesta quinta-feira (12) o primeiro pacote de medidas destinadas a reduzir o déficit primário do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.

As medidas têm como objetivo aumentar a arrecadação, possivelmente com a volta da cobrança de impostos federais sobre os combustíveis, e reduzir os gastos, no intuito de fazer com que o déficit passe de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) previsto no orçamento a um nível entre 0,5% e 1%, informou Haddad em coletiva de imprensa.

O governo Lula prometeu um programa de incentivo para a regularização de dívidas de empresas e contribuintes com a Receita Federal e também uma revisão dos contratos, com a qual buscará diminuir ou até acabar com o déficit primário de 231,5 bilhões de reais.

A meta é fechar 2023 com um déficit de entre 90 e 100 bilhões de reais, segundo Haddad.

"Tem uma série de coisas que, em virtude da desorganização do processos administrativos ao longo dos últimos quatro anos, fica difícil prever (...) Agora, um déficit menor de 1% do PIB eu consigo entregar", afirmou Haddad.

O ministro da Fazendo criticou o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro por tomar "uma série de medidas muito irresponsáveis sem considerar as consequências para o futuro próximo", guiado por objetivo eleitoreiros.

Lula derrotou Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais de outubro de 2022 por uma margem estreita.

Haddad, cuja indicação para chefiar a pasta da Fazenda foi mal recebida pelo mercado, destacou a isenção de impostos federais sobre combustíveis decretada por Bolsonaro a poucos dias das eleições.

A medida, no entanto, venceu em 31 de dezembro, mas foi prorrogada por Lula até o final de fevereiro.

Haddad afirmou que a decisão final sobre uma nova prorrogação da isenção será tomada "quando estivermos à frente da Petrobras".

"A desoneração vai ter final em fevereiro (...) Isso não impede ao presidente da República reavaliar esses preços, dependendo da avaliação política que ele fizer, no rumo para pacificar esse pais", acrescentou Haddad, sentado ao lado de Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento.

"Vamos colocar ordem na casa e fazer com que a economia cresça", completou.

A situação econômica e a inflação foram um dos temas que marcaram a eleição presidencial, mas a volta ao poder de um governo de esquerda causa apreensão em alguns analistas de mercado.

A inflação no Brasil fechou 2022 em 5,79%, acima da meta do Banco Central, mas bem abaixo do valor de 2021, quando atingiu 10,06%.

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