PASSAGENS BARATAS

VOA BRASIL: Governo fala em passagem aérea a R$ 200 com crédito da Caixa

Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, as companhias aéreas poderiam criar um segmento dentro de seus programas de fidelidade dedicado à iniciativa

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Filipe Farias

Publicado em 14/03/2023 às 4:07
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Da Estadão Conteúdo

O governo estuda a criação de um novo programa - batizado de Voa Brasil - para que um público específico, com renda de até R$ 6,8 mil, possa comprar passagens aéreas mais baratas. A ideia é que servidores, aposentados e pensionistas, além de estudantes com Fies, possam adquirir duas passagens por ano ao preço de R$ 200 cada, que poderiam ser parceladas em 12 vezes por meio de financiamento da Caixa - que ficaria, então, responsável por fazer o pagamento às empresas aéreas.

Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, as companhias aéreas poderiam criar um segmento dentro de seus programas de fidelidade dedicado à iniciativa. França afirmou que se trata de uma espécie de "consignado", mas negou que haja subsídio do governo - apenas o financiamento pelos bancos públicos.

Em entrevista à CNN, ele citou a Caixa e também o Banco do Brasil. A previsão é de que quase 12 milhões de passagens poderiam ser emitidas por ano dentro do programa. Procurada, a Associação Brasileiras das Empresas Aéreas (Abear) não se pronunciou até a conclusão desta edição.

Além do público-alvo citado pelo ministro, outras pessoas que tenham renda de até R$ 6,8 mil também poderiam participar do programa. Nesses casos, porém, o pagamento não poderia ser parcelado. Além disso, as passagens a R$ 200 ficarão restritas a um período específico do ano, meses "intermediários" das temporadas nos aeroportos: a partir da segunda metade de fevereiro até junho, e depois nos meses de agosto, setembro, outubro e novembro.

‘Sem inadimplência’

Se a formatação do programa ocorrer bem, o ministro acredita que poderá iniciar o Voa Brasil no segundo semestre, utilizando 5% da capacidade ociosa das aeronaves. A porcentagem vai escalonando a cada semestre, até chegar a 20% no quarto semestre de funcionamento da política. "Descobrimos obviamente que durante os meses intermediários aviões saem com 21% de passageiros a menos.

Governo não entra com subsídio, ele ajuda a financiar, mas é tarefa da Caixa financiar. Diferença é que essas pessoas têm renda garantida, vai ser espécie de consignado: quando der OK, vai ser descontado da previdência, do salário, não tem intermediação de banco. É 100% sem inadimplência."

Na avaliação do ministro, o programa vai provocar uma redução de preço geral nas passagens, uma vez que reduz a ociosidade enfrentada pelas companhias áreas. Ele chegou a afirmar que as ações das empresas já começaram a subir pelo entendimento de que, a partir do programa, "vão voar lotadas".

"Temos uma luta paralela, que é o preço do combustível de aviação (QAV), a gente quer que seja reduzido. Mas as companhias estão fazendo seu papel, oferecendo ao governo um voo mais barato para muitas pessoas", disse.

O ministro ainda destacou pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que mais 100 aeroportos brasileiros passem a receber voos de carreira. Sem dar detalhes, França afirmou que quer mais empresas disputando o mercado e que uma "nova está chegando agora", sem dizer qual. "Número de aeroportos diminuiu porque voos ficaram concentrados em aeronaves maiores. Queremos várias empresas disputando, vai ter uma nova chegando agora que vai disputar mercado", disse.

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