APAGÃO

Relatório sobre causas do apagão deve ser emitido pela ONS em até 48 horas

Além da apuração do ONS e demais órgãos setoriais, serão acionados o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin)

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Publicado em 15/08/2023 às 21:43
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Com Estadão Conteúdo

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) coloca como prazo limite 48 horas para entregar relatório com diagnóstico sobre as causas do apagão.

Ele disse ainda que, além da apuração do ONS e demais órgãos setoriais, serão acionados o Ministério da Justiça, a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que atuaram quando, no começo do ano, houve sabotagem a torres de transmissão de energia.

O ex-senador afirmou que o setor é sensível, requer planejamento e total e completo monitoramento, mas que sistema é "seguro" ainda que toda ocorrência aponte para possíveis aperfeiçoamentos.

Silveira disse ainda que uma das primeiras providências tomadas foi iniciar processo para conclusão dos projetos de transmissão e dar segmento aos leilões.

COBRANÇA POLÍTICA A LULA

O apagão que atingiu a maior parte do País virou munição de políticos contra o governo Lula e também contra a privatização da Eletrobras, feita ainda na gestão do ex-presidente da República Jair Bolsonaro.

O presidente do PP, Ciro Nogueira (PP-PI), que foi ministro de Bolsonaro, usou a falta de energia para criticar o governo do PT, ainda que seu partido esteja negociando a adesão à base governista na Câmara.

"Apagão no Brasil! Aconteceu hoje, mas começar, começou em 01 de janeiro. O Brasil voltou! Voltou ao Apagão! A gasolina, lembra? Subiu hoje 0,41 para as distribuidoras. O apagão da BR! Governo do Apagão!", escreveu Nogueira.

Para ampliar o apoio na Câmara, o governo Lula negocia entregar para o PP um ministério e o comando da Caixa. Ainda que já tenha sinalizado que fará a acomodação, Lula ainda não disse qual pasta será entregue ao partido de Arthur Lira (PP-AL).

Ciro Gomes (PDT), que concorreu à presidência na eleição de 2022, também usou o apagão como combustível contra o governo.

"A entrega do controle da Eletrobras ao capital privado foi e, infelizmente, pela covardia do governo Lula, continua sendo, uma das maiores irresponsabilidades que já se praticou no Brasil!", escreveu o político.

O Ministério de Minas e Energia ainda investiga as causas do apagão. Nenhuma hipótese foi descartada, segundo integrantes da pasta que acompanham a crise.

Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano que vem, o deputado Danilo Forte (União-CE) também se manifestou, alegando que o problema tem origem, entre outros motivos, na falta de linhas de transmissão no Nordeste.

Ele apresentou um PDL (Projeto de Decreto Legislativo) para derrubar uma decisão da Aneel que, segundo argumenta, aumentou os custos da energia de usinas de energia eólica. No ano passado, ele apresentou um outro PDL, que congelou o reajuste das distribuidoras de energia.

"É necessário fortalecermos e ampliarmos a rede de transmissão no Nordeste para garantir a devida transmissão dessa energia e para evitar que outros casos similares voltem a acontecer", afirmou o parlamentar. "Venho alertando para a omissão e falta de seriedade com que as autoridades competentes - Ministério de Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica e Operador Nacional do Sistema (ONS) - vêm lidando com o tema."

O deputado Rogério Correia (PT-MG) aproveitou a crise para reforçar críticas à privatização da Eletrobras, na pauta do dia dos petistas quando o assunto é energia. "Apagão? Mas não era só privatizar a Eletrobras?", escreveu.

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