ATENDIMENTO

Confrontos de uniformizadas provocam mais ocorrências ao Samu

Coordenador-geral do Samu Metropolitano do Recife diz que os chamados que recebem em dias de jogos, geralmente, são de casos de politraumatismos

Filipe Farias
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Filipe Farias
Publicado em 09/03/2020 às 9:12 | Atualizado em 09/03/2020 às 14:46
De cada três ligações recebidas pelo Samu Recife, uma é trote. Foto: JC Imagem/Arquivo
FOTO: De cada três ligações recebidas pelo Samu Recife, uma é trote. Foto: JC Imagem/Arquivo

Os conflitos entre os membros das três principais torcidas uniformizadas do Trio de Ferro da capital pernambucana também estão mudando a rotina dos profissionais do Samu. No clássico do último sábado, entre Sport x Santa Cruz, na Ilha do Retiro, cenas lamentáveis foram protagonizadas pelos vândalos uniformizados, com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) recebendo diversas ocorrências.

“Como o futebol é um evento privado, as ambulâncias que atendem durante o jogo são custeadas pela FPF. O Samu trabalha fora do estádio sendo acionado pelo 192. Então, quando tem um clássico ou um jogo de grande mobilização, a Polícia Militar nos avisa e manda o planejamento para o evento. Diante disso, colocamos o nosso pessoal de sobreaviso, como aconteceu no jogo do último sábado. Ficamos em alerta pois sabíamos que teria uma grande movimentação na chegada das torcidas e na saída, após o jogo”, explicou o Dr. Leonardo Gomes, coordenador-geral do Samu Metropolitano do Recife.

Ainda de acordo com o médico, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência foi bastante acionado para socorrer vítimas da barbárie presenciada no final de semana. “Geralmente, nesses casos, os chamados que recebemos são de politraumatismo. Pacientes que, possivelmente, se envolveram em confusão. Como não tenho pessoal do administrativo trabalhando hoje (ontem), não sei precisar quantos torcedores foram atendidos por nós, mas, pelas imagens que recebi (no grupo do whatsapp do Samu), com certeza, fomos acionados e atendemos no local. Mas não sei informar no momento quantas vítimas tiveram e o estado de saúde que elas se encontram”, informou doutor Leonardo Gomes.

Em um dos vídeos mais fortes que circulam pelas redes sociais, um grupo de cerca de 15 membros da principal uniformizada do Santa espancam uma pessoa, possivelmente torcedor do Sport, já que nas imagens o jovem agredido já aparece sem as vestes, apenas de cueca.

CUIDADOS

Nesse caso específico, mesmo diante da gravidade que ficou o torcedor agredido, o Samu só pode socorrer a vítima quando o ambiente está em segurança para que os procedimentos de emergência possam ser realizados de forma efetiva.

“Toda zona de conflito, seja ela qual for, esportivo, em presídio ou outra situação, o Samu só entra em ação com o apoio policial. Naquelas imagens que circulam da Avenida Agamenon Magalhães, mesmo com a vítima em estado grave, como o jovem que foi violentado e machucado por vários torcedores do rival, a gente não poderia agir imediatamente, pois a nossa equipe estaria exposta a um risco muito grande. É como uma casa pegando fogo... Pode ter uma pessoa dentro da casa, mas se os Bombeiros não apagarem o fogo, não poderemos entrar para salvar aquela vida. No caso de sábado é a mesma coisa. Podia ter alguém armado, mal intencionado, tínhamos que esperar a polícia chegar para dispersar”, declarou.

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