TOQUIO 2020

Governo do Japão já começa a admitir que Olimpíadas de Tóquio pode se tornar "inviável"

Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, reconheceu que os Jogos Olímpicos de Tóquio pode considerar o adiamento à medida que aumenta pressão dos atletas e dos comitês internacionais

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 23/03/2020 às 10:32 | Atualizado em 24/03/2020 às 9:53
Foto: BRYAN R. SMITH / AFP
Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, foi assassinado nesta sexta-feira (8) - FOTO: Foto: BRYAN R. SMITH / AFP
Hirhoshi Hiyama e Sara Hussein

O adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 pode se tornar "inevitável", admitiu nesta segunda-feira o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, depois que o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que considera esta possibilidade ante a pressão de atletas e entidades esportivas. A presença de atletas brasileiros em países fortemente afetados pelo novo coronavírus também preocupa o Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Os comentários de Abe foram a primeira admissão de que os Jogos de 2020 podem não começar na data prevista, 24 de julho, já que pandemia de coronavírus afeta todo o planeta e provoca um cenário sem precedentes.

Alguns minutos depois das declarações de Abe, os Comitês Olímpico e Paralímpico do Canadá anunciaram que não enviarão equipes aos Jogos caso aconteçam na data prevista, alegando a defesa da saúde de seus atletas e do público em geral.

Da mesma forma, o Comitê Olímpico da Austrália recomendou aos atletas do país que se preparem para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio no verão (hemisfério norte) de 2021.

"Está claro que os Jogos não podem acontecer em julho", declarou o vice-presidente do Comitê Australiano, Ian Chesterman.

Durante semanas, os funcionários do governo do Japão e do comitê organizador dos Jogos afirmaram que os preparativos avançavam para a celebração das Olimpíadas de acordo com a agenda programada.

Porém, nas últimas semanas aumentou intensamente a pressão das entidades esportivas e dos atletas, que viram seus treinamentos afetados.

Nesta segunda-feira, Abe afirmou ao Parlamento que ainda estava comprometido a organizar Jogos "completos", mas acrescentou: "Se isto ficar difícil, levando em consideração os atletas em primeiro lugar, pode ser inevitável que tomemos a decisão de adiar".

"O cancelamento (dos Jogos) não é uma opção", disse Abe, repetindo os comentários do presidente do COI, Thomas Bach, que descartou a mudança de data das Olimpíadas e disse que isto "não resolveria nenhum problema e não ajudaria ninguém".

Mas o COI também modificou sua posição a respeito dos Jogos e divulgou um comunicado no domingo para anunciar que estava intensificando o planejamento para diferentes cenários, incluindo o adiamento.

A entidade destacou que pretende manter "discussões detalhadas" sobre a situação da saúde mundial e seu impacto nos Jogos Olímpicos, incluindo o cenário de adiamento".

A decisão deve acontecer "dentro das próximas quatro semanas", afirmou o Comitê. "As vidas humanas têm prioridade sobre tudo, incluindo a organização dos Jogos", escreveu Bach em uma carta aberta aos atletas.

VEJA MAIS CONTEÚDO

Comentários

Últimas notícias