SOBREVIVÊNCIA

Veja o cenário do futebol brasileiro durante paralisação por coronavírus

Entre acordos e demissões, clubes procuram formas de sobreviver financeiramente durante a paralisação devido ao coronavírus

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Túlio Feitosa
Túlio Feitosa
Túlio Feitosa
Publicado em 26/03/2020 às 14:05
Foto: PontePress
O atacante Marquinhos tem vínculo com o Corinthians - FOTO: Foto: PontePress

De clubes menores à grandes potências do futebol nacional, como estão se mantendo os times do Brasil? Férias e redução de salários entram em debate e botam em conflito atletas contra clubes. O acordo ainda está sendo costurado entre a Comissão Nacional de Clubes e a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf). A última proposta apresentada foi a da antecipação de 20 dias das férias de janeiro e redução salarial de 25%.

Os atletas, por outro lado, optaram por querer receber o salário integral, com a CBF arcando com os custos que os clubes precisam reduzir, e tendo os 30 dias de férias adiantadas. Independente dos dias de férias no mês de abril, os atletas teriam 10 dias de recesso remunerado no final do ano.

Ainda no cenário nacional, há equipes que nem condições de negociar uma redução salarial têm, e optam por enxugar a delegação inteira.

GRÊMIO

Uma das negociações mais recentes dos clubes da Série A do Campeonato brasileiro. O Grêmio começou a negociar com seus atletas o período de férias durante a paralisação, mas caiu no mesmo tema do acordo entre clubes e Fenapaf. O tricolor gaúcho tem até o final de semana para bater o martelo com os jogadores, já que as férias iriam começar a partir do dia 1º de abril.

CRUZEIRO

Afundado em dívidas antigas, o Cruzeiro vê a paralisação como um atraso tanto no desempenho, quanto financeiramente falando. Apesar de tudo, foi um dos clubes que movimentou o mercado já no início das suspensão das atividades nos campeonatos, trazendo o ex-técnico do Ceará, Enderson Moreira. O novo treinador, inclusive, pediu reforços pontuais para o elenco, mas negociações foram travadas devido a pandemia.

FLAMENGO

O atual campeão brasileiro e da Libertadores já alinhou, com seus funcionários, férias coletivas por 20 dias, podendo ser prorrogado para mais 10 dias, e já entrando em vigor na quinta-feira (26). A medida vale para os empregados com CLT do clube rubro-negro, mas não atinge os atletas e o técnico Jorge Jesus, que entraram nas negociações da CNC com a Fenapaf. Além disso, o Flamengo, que negociava com a Amazon para ser o novo master do clube, teve que paralisar as conversas por causa da quarentena. Apesar do desejo dos dois lados, o impacto financeiro será reavaliado quando a situação for controlada.

CLUBES PAULISTAS

O Corinthians entrou na paralisação com uma pendência a mais, as férias do ano anterior para alguns jogadores. Com essa pandemia, o clube paulista tenta emplacar o acordo de férias e redução salarial que esbarrou na posição da Fenapaf. A situação desse acordo é o mesmo com os outros três grandes de São Paulo. Tanto o Palmeiras quando o Santos e São Paulo estão com esse impasse junto com a Comissão Nacional de Clubes. Entre os atletas do tricolor paulista, inclusive, está Daniel Alves, constantemente ativo nas discussões com a Fenapaf.

A Ponte Preta teve uma baixa na sua renda mensal, suspendeu o pagamento do sócio-torcedor para o mês de abril, mas ainda conta com a ajuda de diversos torcedores, que continuaram contribuindo com o clube. A proposta para a manutenção do elenco da Ponte Preta pode ser vista no próximo tópico.

LIBERTADORES E SUL-AMERICANA

Os clubes que estão na fase de grupos da Libertadores, como o Flamengo, Palmeiras, Athletico-PR, São Paulo, Grêmio, Internacional e o Santos, poderão adiantar até 60% da premiação dessa primeira etapa da competição. O valor é equivalente a US$ 1,8 milhão (cerca de R$ 9,1 milhões), que equivale à porcentagem máxima autorizada dos US$ 3 milhões que os clubes ganhariam.

Já o Vasco e Bahia, únicos brasileiros vivos na Sul-Americana, poderão adiantar US$ 225 mil (R$ 1,14 milhão) da premiação da segunda fase da competição. O valor equivale aos 60% dos US$ 375 mil (cerca de R$ 1,9 milhão) que serão direcionados a cada clube.

SÉRIE B

Já nesta quinta-feira, os clubes da Série B do Campeonato Brasileiro soltaram nota afirmando que "decidiram" conceder férias de 20 dias para os atletas, a partir do dia 1º de abril, podendo prorrogar para 30 dias dependendo da situação da pandemia. Sobre a situação salarial, o comunicado fala sobre os clubes não medirem esforços para pagar integralmente o mês de março para os atletas, mas que a redução de 25% sobre salário dos jogadores, membros da comissão técnica e funcionários é um caminho a ser tomado caso a paralisação continue após as férias coletivas. Ainda não houve um retorno dos atletas acatando ou contestando o acordo.

GUARANY DE SOBRAL

A equipe cearense estava bem dentro de campo, brigando por cima no Cearense e já classificado para a Copa do Brasil de 2021. Mas fora de campo o resultado foi completamente diferente. Sem fundos suficientes para manter o elenco por muito tempo, o Guarany de Sobral acabou demitindo todos os atletas e membros da comissão técnica. Caso o campeonato estadual volte ainda nesse semestre, o clube poderá sofrer bastante dificuldades para concluir o torneio, pois as inscrições para o torneio, até então, irão até a sexta-feira (27).

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