Covid-19

Clubes não conseguem acordo coletivo e liberam atletas para férias em abril

Decisão é válida para os jogadores das Séries A, B, C e D

Davi Saboya
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Davi Saboya
Publicado em 26/03/2020 às 20:02 | Atualizado em 26/03/2020 às 21:00
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Times brasileiro realizaram videoconferência nesta quinta-feira - FOTO: Twitter/Flamengo

Em reunião realizada, nesta quinta-feira, a Comissão Nacional de Clubes (CNC) não aceitou a contraproposta de redução salarial coletiva feita pelos jogadores. Sendo assim, as equipes das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro decidiram liberar os atletas para férias a partir de abril durante um período de 20 dias. Ambas as partes estavam em busca de um denominador comum para o período de paralisação no calendário nacional brasileiro devido ao novo coronavírus. O órgão representante dos time é estatutário da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas atua de maneira independente.

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Os clubes também definiram na reunião que os demais 10 dias de férias serão dados aos jogadores no fim de 2020 ou começo de 2021. Esse período será definido após o fim da suspensão das atividades. Além disso, cada equipe terá a liberdade para negociar com os jogadores e funcionários do departamento de futebol de maneira individual.

A CNC revelou que novas reuniões irão acontecer entre os clubes nos próximos dias. A primeira marcada para o próximo dia 15. Em paralelo, os times irão ficar em alerta sobre as determinações das autoridades públicas em relação ao coronavírus.

Em comunicado, a Comissão Nacional de Clubes ainda destacou o que a decisão foi tomada para preservar o calendário do futebol brasileiro. E ainda reiterou a intenção inicial de um acordo coletivo. Estiveram presentes no encontro desta quinta-feira 30 representantes das quatro divisões do país.

O principal entrave foi delimitar quando começaria e qual seria a duração das férias coletivas. O outro ponto foi determinar qual seria a redução salarial caso a suspensão do calendário nacional durasse mais do que o período de descanso.

Agora, caberá aos clubes definir a parte mais espinhosa, que trata de redução salarial. Os dirigentes alegam ser difícil manter as despesas enquanto não há campeonatos em andamento, principalmente pela falta de recursos com bilheteria e patrocínio. Por isso, cada equipe precisará analisar com os respectivos jogadores qual será o valor da redução e por quanto tempo valerá.

A iniciativa de negociações individuais, em vez do pacote coletivo, já era vontade de algumas equipes. Inicialmente a CNC, liderada pelo presidente do Fluminense, Mario Bittencourt, tinha o desejo de que após o período de férias, os jogadores tivessem um desconto de 50% no primeiro mês de salários e o contrato suspenso caso a paralisação atingisse o segundo mês.

O diretor de competições da CBF, Manoel Flores, afirmou no encontro que apesar da interrupção, a entidade quer manter a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro nos mesmos formatos, pois considera haver datas disponíveis para acomodar todas as partida.

Entre as equipes que já começaram a discutir internamente os acordos forçados pela pandemia estão o Grêmio, Fortaleza e o Ceará. Com essa proposta, as equipes antecipam para abril as férias que seriam entre dezembro e janeiro. Na manhã desta quinta, os times da Série B já haviam anunciado a decisão de uma outra negociação com os atletas, com férias de 20 dias em abril e redução salarial de 25% ao fim desse período.

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