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Pandemia deve causar prejuízo de até R$ 20 bilhões no futebol europeu

De acordo com estudo, as cinco principais ligas da Europa pode trazer um prejuízo de até R$ 20 bilhões. Premier League deve ter a maior baixa

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Agência Estado
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Publicado em 30/03/2020 às 8:41
MARCO BERTORELLO / AFP
Cristiano Ronaldo ficou isolado em Portugal durante dois meses - FOTO: MARCO BERTORELLO / AFP

O prejuízo do novo coronavírus no futebol irá bem mais além do que somente paralisar os campeonatos. As previsões de especialistas em finanças são bastante sombrias sobre o quanto a modalidade vai se fragilizar e sofrer uma das maiores crises econômicas da história. Apenas as cinco principais ligas nacionais da Europa (Inglaterra, Espanha, Itália, Alemanha e França) podem ter um impacto do equivalente a R$ 20 bilhões se os campeonatos não puderem ser retomados, segundo projeção da consultoria KPMG.

O estudo divulgado nesta semana traça um panorama de como as principais competições vão sofrer por fatores como a falta de receitas em dias de jogo, perda de compromissos comerciais e o prejuízo pela falta de transmissão na TV. A situação atual dos campeonatos é de cancelamento, ainda sem uma confirmação de quando o calendário poderá voltar.

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PREMIER LEAGUE

 

A mais rica de todas as ligas é quem pode ter o maior golpe. Apenas a Premier League, na Inglaterra, pode sentir no bolso um impacto de R$ 6,7 bilhões. Cerca de 62% desse valor (R$ 4,2 bilhões) se deve às transmissões de televisão pelo mundo afora, cujos valores são fixados de acordo com a quantidade de jogos exibidos pelos canais. No entanto, a interrupção do calendário gera um ciclo de perdas imenso e com reflexo até mesmo em receitas menores, como as vendas de comida nos estádios.

Na opinião de especialistas ouvidos pela reportagem, apurar o impacto total do coronavírus no esporte é uma avaliação impossível. A paralisação na Liga dos Campeões da Europa e o adiamento da Eurocopa são outros fatores de grande peso para enfraquecer o futebol, por envolverem uma cadeia de serviços ainda mais ampla do que as ligas nacionais como viagens de torcedores, verbas maiores de patrocínio e contratos maiores de TV.

Segundo a própria KPMG, no Brasil o duro golpe financeiro será pesado porque boa parte dos recursos depende principalmente dos times estarem em atividade. As rendas com bilheteria representam 15% da receita anual dos clubes e os contratos de TV são responsáveis por 42%. Justamente esses dois segmentos importantes são os mais afetados pela paralisação.

"A receita dos clubes depende muito das vendas de jogadores. Mas a janela de transferência deste ano tem chance de não dar muitos frutos e isso também vai impactar muito em toda a cadeia do futebol", disse o líder de Mídia e Esportes da KPMG no Brasil, Francisco Clemente. "Agora tem de se pensar no que deve ser feito para proteger o caixa, para que os recursos dos clubes sejam utilizados da melhor maneira possível", completou.

Alguns países começaram a se mobilizar para tentar diminuir o golpe. Apesar de não ter uma liga de alto valor de mercado, a Bolívia tem negociado entre dirigentes de clubes e sindicatos de jogadores uma maneira de se reduzir os salários enquanto a suspensão do calendário estiver em vigor. A ideia veio da própria Federação Boliviana de Futebol (FBF, na sigla em espanhol).

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