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Crise provocada pelo coronavírus deixa futebol feminino em apuros

Lado mais fraco do esporte, a sobrevivência depende do auxílio da CBF

Karoline Albuquerque
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Karoline Albuquerque
Publicado em 19/04/2020 às 9:23
Marcelo Bandeira/ FPF
O Náutico disputa a Série A2 do Brasileirão feminino. - FOTO: Marcelo Bandeira/ FPF

Lado mais frágil do futebol, em qualquer nível, a modalidade feminina é, talvez, a grande prejudicada pela crise no desporto causada pela pandemia do novo coronavírus. Antes da suspensão das competições, Náutico e Sport haviam iniciado a caminhada no Campeonato Brasileiro Feminino da Série A2. Com apenas um jogo disputado, agora as equipes pernambucanas aguardam o pagamento do auxílio enviado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Justamente no dia 15 de março, último dia de jogos oficiais em Pernambuco, antes do distanciamento social voluntário, o Timbu recebeu o paraibano Auto Esporte, nos Aflitos, enquanto as Leoas enfrentaram o Cruzeiro-RN, no estádio Ademir Cunha, ambos pelo Grupo C da segunda divisão feminina nacional. Os dois perderam, as alvirrubras por 3x1 e as rubro-negras por 3x2.

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A crise no futebol feminino preocupa a Federação Internacional de Jogadores de Futebol (FIFPro). Para o secretário-geral Jonas Baer-Hoffmann, isso pode afetar o crescimento da modalidade. "Caso clubes, ligas e competições de seleções nacionais comecem a falir, eles poderão desaparecer para sempre. Nosso objetivo final deve ser não apenas impedir que isso aconteça, mas construir uma base mais sólida para o futuro", disse, na última quarta-feira (16).

Hoje, deveria ser disputada a última partida, pela 5ª rodada da fase de grupos. Ao invés de entrar em campo, os times anseiam pelos recursos da CBF. Para a Série A1 feminina, o auxílio por clube foi de R$ 120 mil, totalizando R$ 1,92 milhão para os 16. A Série A2 tem 36 equipes na disputa. Cada time receberá R$ 50 mil, somando R$ 1,8 milhão para a divisão.

No Náutico, o valor possibilita o pagamento de quatro folhas salariais de atletas e comissão técnica, de acordo com o diretor de futebol feminino alvirrubro Luiz Claudio Carvalho. Ainda segundo o dirigente, o presidente Edno Melo assinou o recibo na última quarta-feira (15). O valor será totalmente voltado ao departamento e deve ser depositado pela CBF amanhã (20) ou terça-feira (21).

Após a assinatura, o recibo foi devolvido à Federação Pernambucana de Futebol (FPF), que encaminhou para a entidade máxima do futebol nacional. Assim como o Náutico, o Sport aguarda o retorno da entidade estadual."Isso representa a sobrevivência da modalidade. Agradeço a sensibilidade da CBF com o futebol feminino", concluiu o alvirrubro Luiz Claudio Carvalho.

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